Júri Popular

Julgamento dos 'Canibais de Garanhuns' é adiado para dezembro

Eles serão julgados somente no dia 14 de dezembro

JC Online
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Publicado em 23/11/2018 às 10:27
Foto: Cortesia / Polícia Civil
Eles serão julgados somente no dia 14 de dezembro - FOTO: Foto: Cortesia / Polícia Civil
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O julgamento dos assassinos em série conhecidos como 'Canibais de Garanhuns' foi adiado para o dia 14 de dezembro na manhã desta sexta-feira (23), no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na Ilha Joana Bezerra, na área central do Recife. O primeiro adiamento foi o da audiência do líder do trio, Jorge Beltrão Negromonte da Silva, pois o advogado de defesa do suspeito enviou uma petição, afirmando que não poderia comparecer à sessão. Os advogados de Isabel Cristina Torreão Pires e Bruna Cristina de Oliveira da Silva abandonaram o plenário após terem o pedido de adiamento do julgamento negado, causando também transferência da audiência para 14 de dezembro.

De acordo com o promotor do Ministério Público de Pernambuco, André Rabelo, após os advogados das acusadas abandonarem a sessão, o juiz enviou um ofício pedindo para a Defensoria Pública assumir o caso de Isabel e de Bruna. "O Ministério Público vai apurar. Imagine o quanto se gastou para fazer uma sessão como essa. Transferir o réu Jorge de Garanhuns, as réus de Buíque. São 25 jurados, advogados, promotor e juiz", informou. "Isso demonstra um total despreparo para o exercício da profissão. Tem quer ser tomadas providências pela Ordem de Advogados do Brasil (OAB). O MP fará o seu papel e o Poder Judiciário também", desabafou. 

Foi enviada ao MPPE uma denúncia em relação ao prejuízo da audiência. Também foi enviado um ofício para a OAB para investigar a conduta dos advogados de defesa. 

"A falta justificada do advogado de Jorge faz com que ele não participe do julgamento. E isso é imprescindível para as teses defensivas de Dona Isabel", afirmou o advogado Madson Joaquim. "A tese é baseada nos atos que Jorge praticou. Sem o interrogatório dele, é inviável a plenitude de defesa", disse. Ele ainda falou que busca o melhor para a cliente e que o cenário não estava favorável para que Isabel recebesse a melhor defesa.

Segundo o advogado de Bruna, Rômulo Lyra, a transferência do juri dela e de Isabel não vai prejudicar o andamento do julgamento. 

Família de Gisely

O advogado da família da vítima, Cláudio Cumaru, disse que os parentes sentem um constrangimento imenso devido a espera interminável. "A gente veio com a certeza de hoje seria feito a justiça", contou. "A família não aguenta mais e quer uma resposta", finalizou.

Cláudio acredita que a argumentação dos advogados, de que era necessário a presença de Jorge na audiência, foi uma manobra para o adiamento.

Relembre o caso

A moradora de rua Jéssica Pereira, 17 anos, e sua filha de um ano foram viver em Rio Doce, em Olinda, com Jorge, Isabel e Bruna. Eles planejaram a morte da vítima, esquartejaram o corpo e chegaram a se alimentar das carnes de Jéssica.

Em Garanhuns, eles mataram Giselly Helena da Silva, 31 anos, e Alexandra Falcão da Silva, 20 anos, respectivamente, em fevereiro e março de 2012. O trio criou uma seita chamada de "O Cartel", que visa a purificação do mundo e o controle populacional.

A ingestão da carne humana, segundo Jorge Beltrão, faria parte do processo de purificação da alma das vítimas. Os crimes foram descobertos depois que parentes de Giselly Helena da Silva denunciaram o seu desaparecimento.

Jorge pegou a maior pena: 23 anos de reclusão. Isabel e Bruna pegaram 20 anos de prisão cada uma. Antes do primeiro julgamento, os acusados passaram por exames de sanidade mental. Os laudos apontaram que todos tinham consciência dos crimes e não apresentavam nenhum distúrbio psiquiátrico.

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