SÃO PAULO - Em sua 13ª edição, o Prêmio Itaú-Unicef - voltado para projetos que contribuem para o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social - divulgou, na noite desta terça, os vencedores deste ano, em cerimônia realizada no auditório do Ibirapuera, em São Paulo. Entre mais de 3.500 projetos inscritos, 30 estavam na semifinal em duas categorias, inclusive dois do Recife, que concorriam na categoria OSC em Ação (dedicada a projetos realizados exclusivamente pelas OSCs), cujo primeiro lugar ficou com o projeto Essa Ciranda é de Todos Nós, do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca) de Fortaleza/CE.
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"É uma oportunidade de darmos visibilidade a esse trabalho. Lutamos todo dia para dar uma vida digna a crianças e adolescentes e estamos transformando essa realidade", declarou a coordenador do projeto, Luciana Brilhante. O segundo lugar ficou com o Turma que Faz, da OSC Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge, de Goiás/GO; o terceiro com o Meninas e Meninos de Ouro, da OSC Casa do Rio, de Careiro, Amazonas; e o quarto com Refúgio - Construindo um Mundo Melhor, da OSC Cambé, do Paraná. Os vencedores receberam, respectivamente, R$ 150 mil, R$ 140 mil, R$ 130 mil e R$ 120 mil.
Já na categoria Parceria em Ação, em que são reconhecidas parcerias entre organizações da sociedade civil (OSCs) e escolas públicas, foram dois escolhidos. O primeiro lugar foi para o Onda pela Paz, de Brasília/DF, uma parceria do Instituto de Estudos Socioeconômicos com a Escola da Unidade de Internação de Santa Maria. "Trabalhamos com adolescentes negligenciados desde que nasceram e acreditamos que é possível", declarou Márcia Acioli.
O segundo lugar ficou com o projeto Cidadania Rimada no Cordel da Educação, do Conselho de Pais de Campos Sales com a Escola de Ensino Infantil e Fundamental José Augusto Sobrinho, do Ceará. Os prêmios foram de R$ 400 mil e R$ 360 mil, Nas duas categorias, somam-se a esses valores os recursos garantidos nas etapas anteriores (semifinal e final).
SOLUÇÕES
"Esse prêmio mostra que existem soluções para grandes problemas do País, é preciso mostrá-las", declarou Angela Dannemann, superintendente do Itaú Social, salientando que ninguém faz nada sozinho. Ítalo Dutra, chefe de educação do Unicef no Brasil, observou que a proposta é "criar redes e movimentar os territórios numa perspectiva integral" e lembrou que ainda há mais de 2,5 milhões de crianças e adolescentes fora da escola. Anna Helena Altenfelder, presidente do Conselho de Administração do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) destacou que as OSCs têm um papel fundamental na educação, pois muitas vezes conseguem uma aproximação com as comunidades maior que as escolas.
Os promotores do prêmio salientaram que ele é uma etapa de todo um trabalho voltado para estimular a educação integral, no sentido de trabalhar todas as características e condições de crianças e adolescentes como seres humanos, de forma a se obter resultados em diversas questões, inclusive na prevenção à violência.
VALORES
Os valores distribuídos são monitorados junto com o desenvolvimento dos projetos. Este ano, houve um crescimento de 47,5% em relação a 2017, totalizando R$ 5,9 milhões em prêmios. Desde a primeira edição (já são 23 anos, pois o prêmio é a cada dois anos), foram registradas mais de 17 mil inscrições e 1.750 cidades tiveram ações contempladas
Os projetos do Recife que chegaram à final foram o CriAção, da OSC Em Cena Arte e Cidadania e o Brincar e aprender pra crescer com você!, da OSC: Grande Circo Arraial - Escola Pernambucana de Circo.
A repórter viajou a convite do Itaú-Unicef