ZONA OESTE DO RECIFE

Após anos de atraso, praça do Sítio do Berardo deve ser entregue em janeiro

A praça está em construção desde 2014. Com parte da estrutura pronto, moradores esperam poder usufruir do espaço em breve

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Publicado em 07/12/2018 às 11:20
Foto: Sérgio Bernardo/ JC Imagem
A praça está em construção desde 2014. Com parte da estrutura pronto, moradores esperam poder usufruir do espaço em breve - FOTO: Foto: Sérgio Bernardo/ JC Imagem
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O Sítio do Berardo, localizado entre os bairros da Madalena, Prado e Zumbi, na Zona Oeste do Recife, completou 100 anos em 2018. Grande parte da história da comunidade esteve atrelada ao Textifício Santa Maria, antiga fábrica de estopas situada Avenida Caxangá. Durante anos, o empreendimento gerou empregos e movimentou a economia local. Agora, 40 anos após seu fechamento, a comunidade cobra que o terreno onde ficava a fábrica, em obras desde 2014, se torne um polo social, esportivo e cultural. A previsão da prefeitura é que a Praça Arthur Carneiro da Cunha, como será chamado o espaço, seja entregue aos moradores em janeiro de 2019.

A luta da comunidade pela construção de uma área de lazer já dura nove anos. Acompanhando de perto todas as etapas, moradores finalmente sentem que o sonho de ter um complexo esportivo e cultural no Berardo está perto de se tornar realidade. “Observamos que todos os bairros do entorno tinham área para lazer, menos nossa comunidade. Em 2009, resolvemos nos mobilizar por meio de um Orçamento Participativo e começamos a lutar pelo nosso espaço”, explica o professor Angelo Felipe do Nascimento, integrante da Casa da Comunidade do Berardo. A última retomada da obra aconteceu em agosto de 2017, tendo como prazo de entrega o primeiro semestre deste ano.

Segundo Angelo, o espaço, que tem cerca de 11 mil m², estava em desuso quando foi adquirido pela prefeitura. “A fábrica parou as atividades em 1948. Passou anos fechada e foi alugada para ser depósito de um supermercado. Depois, passou mais ou menos 17 anos fechada, até que o ex-prefeito João Paulo decretou em 2008 área de utilidade pública e comprou o espaço. Desde então, estamos na luta para que este ponto tão importante volte a fazer parte da comunidade. Nossa relação com a fábrica sempre foi muito especial”. Na época da compra, o terreno custou R$ 1,5 milhão. Já a obra, ficou orçada aproximadamente R$ 7,3 milhões, sendo parte do valor financiado pelo Governo Federal, no âmbito do programa de Centros de Artes e Esportes Unificados (CEUs), do Ministério da Cultura.  

Após licitação, a obra teve início em 2014, mas logo foi paralisada. Indignados, moradores realizaram protestos e intervenções para cobrar da prefeitura a retomada dos trabalhos. Em uma das ocasiões, um grupo de pessoas chegou a se reunir em frente à antiga fábrica com bolo e balões para protestar um ano de paralisação na construção. Para o local, a população pleiteou a construção de uma escola, que continua no papel; uma praça; quadras poliesportivas; pista de cooper; espaço para exercícios e um teatro. Em 2013, uma creche, que também havia sido solicitada, foi inaugurada. Uma biblioteca está prevista para ser construída ao lado da praça, mas, assim como a escola, não há verba para o projeto. Um Centro de Referência em Assistência Social também deve funcionar no local. 

Apesar da construção ainda estar sendo finalizada, crianças da comunidade, que não tinham outro equipamento público que as beneficiasse, pulam o muro da praça para poder usar a nova quadra. “As crianças daqui ficam muito nas ruas. Temos duas praças, mas que são pequenas e sem estrutura. Eles estão maravilhados, tanto que a obra ainda nem acabou e já estão pulando o muro para brincar”, conta a dona de casa Maria Karol Barros, que mora no local desde que nasceu, há 34 anos.

Moradores monitoram

Periodicamente, moradores se reunem e vão até o local para analisar o andamento das obras. A funcionária pública Thays Silva, 29, é uma delas. “Foram anos enfrentando problemas para ver a obra sair do papel. Hoje, ver 97% dela concluída é muito satisfatório, mas só vamos sossegar quando for inaugurado”, diz. Para ela, o que falta agora é a criação de uma Unidade Gestora pela prefeitura. “Nosso pedido é a formação de unidade, formada por representantes das secretarias e pelos moradores. Juntos, vamos poder gerir da melhor forma este espaço”.

A responsável pelas obras é Autarquia de Urbanização do Recife (URB). Segundo Rúbia Campêlo, diretora de Planejamentos e Projetos da URB, os últimos trabalhos estruturais do espaço devem ser finalizados no final deste mês. A empresa também é responsável por equipar o espaço com o que for necessário para a realização das atividades. Segundo a diretora, parte do material já foi adquirido e tudo deve estar montado no final de janeiro.

Quanto à escola, Rúbia esclarece que o centro de ensino já está pronto e funciona junto com a creche inaugurada em 2013. “A escola já está pronta e funciona devidamente no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Alcides Tedesco. De acordo com a Secretaria de Educação do Recife, a instituição funciona como creche escola e atende crianças de 0 a 5 anos.

Com relação à biblioteca, a URB informou que o projeto está sendo iniciado. Os recursos serão próprios (da Prefeitura) e a previsão é que seja licitado no primeiro semestre do ano que vem”, explica Rúbia.

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