Embora o sol tenha aparecido com mais intensidade há alguns meses, somente ontem começou oficialmente o verão. A combinação calor, festas de fim de ano e férias resulta muitas vezes em praia. Para saber se o trecho escolhido para mergulhar é adequado basta conferir, semanalmente, um boletim de balneabilidade elaborado pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), disponível no site do órgão. A novidade é que o informativo poderá em breve ser acessado também pelo celular.
O monitoramento mostra a situação de 50 pontos em 30 praias pernambucanas, localizadas no Recife e em mais 10 cidades litorâneas. É divulgado sempre às sextas-feiras e vale por sete dias. “Estamos desenvolvendo um aplicativo, o #DeuPraia, que lançaremos neste verão. O objetivo é sintonizar mais pessoas ao boletim, já ofertado no nosso portal”, diz o presidente da CPRH, Eduardo Elvino. “Quem se cadastrar vai recebê-lo toda semana, pelo celular. É uma ampliação importante do serviço que a tecnologia nos permite”, complementa Elvino.
No Recife há nove pontos investigados, sendo três no Pina e seis em Boa Viagem. Olinda tem 10 pontos (Rio Doce, Casa Caiada, Bairro Novo, Carmo e Milagres) e Jaboatão dos Guararapes, oito (Piedade, Candeias e Barra de Jangada).
Ainda na Região Metropolitana, a CPRH observa a qualidade do mar das praias de Enseada dos Corais e Gaibu, no Cabo de Santo Agostinho; Porto de Galinhas e Serrambi, em Ipojuca; Jaguaribe, Pilar e do Forte, em Itamaracá; e Maria Farinha, Conceição, Pau Amarelo e Janga, em Paulista. Outras praias monitoradas ficam nas cidades de Sirinhaém, Tamandaré e São José da Coroa Grande, no Litoral Sul, e Goiana, no Litoral Norte.
“Em cada ponto recolhemos 100 milímetros de água da superfície. A coleta é geralmente feita no trecho que tenha um metro de profundidade porque é o local onde o banhista normalmente mais frequenta. Mas há pontos como em Piedade que coletamos com 50 centímetros de profundidade por causa do risco de ataques de tubarão”, explica a gerente do Laboratório Professor Adaucto da Silva Teixeira (da CPRH), Andréa Xavier.
Apesar de o boletim ser semanal, a classificação de própria ou imprópria para banho considera o resultado das últimas cinco semanas de cada trecho. O critério de enquadramento, nessas categorias, baseia-se nas concentrações de coliformes fecais ou totais, em um conjunto de amostras. A CPRH alerta que uma praia considerada imprópria não está necessariamente infectada por doenças, porém os riscos de contaminação são considerados significativos.
"Na hora de entrar na praia, considero tanto a cor da água, como se tem lixo em volta. Já deixei de entrar várias vezes por causa da qualidade da água. Eu considero a praia central de São José muito suja, mas as da redondeza acho limpas. Na orla, no Centro, não deixo minha filha de um ano entrar no mar, apenas brincar na areia. Já em outros locais da praia, deixo tranquilamente", conta a comerciante Karla Neves, 21 anos, moradora de São José da Coroa Grande.
CRÍTICOS
“No Recife, um dos pontos mais recorrentes como inadequado para banho fica no Pina, na altura do Cassino Americano. Nas 33 semanas que monitoramos este ano, o local foi classificado todas as vezes como impróprio. Em outro ponto, perto do Posto 10, na altura da Rua Bruno Veloso, em Boa Viagem, oscilou entre próprio e impróprio. A balneabilidade é bem sazonal. Nos períodos de chuva, por exemplo, aumentam os trechos impróprios para banho”, destaca Andréa.
As Praias de Pau Amarelo (Paulista), Jaguaribe (Itamaracá), Barra de Sirinhaém e Guadalupe (Sirinhaém) também chamam a atenção pela frequência com que aparecem como não recomendados para os banhistas. Porto de Galinhas e Tamandaré se destacam como adequadas para mergulho, segundo Andréa. Como prevenção, a orientação é que as pessoas guardem uma distância mínima de cem metros dos pontos e extremidades das áreas divulgadas como impróprias.