Vestir roupas brancas, pular sete ondas, comer lentilhas, guardar uma folha de louro na carteira. Vale de tudo para garantir prosperidade no novo ano que se aproxima. Enquanto alguns são mais céticos, muitos ainda recorrem a simpatias populares para tentar realizar desejos feitos na noite da virada, afinal, não custa nada tentar. No entanto, para além das superstições tradicionais do Réveillon no Brasil, outras tradições milenares e terapias integrativas podem ser boas opções para quem acredita na importância de renovar as energias e entrar em 2019 com o pé direito.
A necessidade de uma melhoria que vai de dentro para fora pode ser benéfica não apenas para o indivíduo que a procura, mas para todos que o rodeiam e podem ser influenciados pela ideia de encontrar um equilíbrio. É isso que defende a terapeuta holística Jamille Coelho, citando ensinamentos do budismo: “Aprendi com uma mensagem de um monge tibetano que não existe o outro. O outro é a gente. Então, quando nos propomos a fazer essas transformações internas, não estamos ajudando só a nós mesmos, a gente está ajudando também o outro, a harmonia da terra”.
Para o educador físico Charles de Lima, que trabalha com técnicas orientais, a busca por renovação espiritual em um momento de recomeço, como o ano novo, pode ser muito positivo, mas é importante que esse interesse não seja apenas momentâneo. "Muita gente procura processos para deixar o corpo são para essa época de verão, festas, Carnaval, mas sou um pouco crítico à maneira como as pessoas buscam isso. É preciso unir os dois processos: corpo e mente. E entender que esse precisa ser um trabalho contínuo", defende.
Entre as técnicas trabalhadas por Jamille e Charles estão ensinamentos oriundos da cultura oriental, como o reiki, a cromoterapia e a acupuntura, além da fitoterapia, muito difundida também através de religiões de matriz africana. Cada uma oferece benefícios únicos e que podem ajudar em problemas tanto físicos como emocionais, sendo bons aliados inclusive contra a ansiedade - tida como o mal do século. Conheça um pouco mais sobre algumas dessas práticas para investir em um 2019 com mais leveza:
Cromoterapia
A cromoterapia é uma prática que utiliza cores para harmonizar o corpo, ajudando a restaurar o equilíbrio emocional. Os adeptos da prática, oriunda da medicina Ayurveda, desenvolvida na Índia há cerca de 7 mil anos, entendem que cada cor possui uma vibração e benefício específico. Por exemplo: o vermelho tem propriedade estimulante; o azul acalma; o amarelo provoca sensações de alegria e o verde é repousante. As cores podem ter efeitos mais ou menos intensos a depender da tonalidade. Praticantes desta medicina acreditam que o corpo possui sete chakras, cada um associado a uma cor. Com isso, a aplicação das cores apropriadas teriam a propriedade de regular desequilíbrios e doenças físicas.
Reiki
A prática foi criada em 1922 pelo monge budista japonês Mikao Usui, e tem como base a crença na energia vital universal "Ki", manipulável através da imposição das mãos. Aplicando esta técnica, os praticantes acreditam ser possível canalizar essa energia para restabelecer o equilíbrio natural do corpo, tanto emocional como físico. Os benefícios da prática, até o momento, não são confirmados por evidências científicas. No entanto, o Reiki é disponibilizado em diversos hospitais, tendo sido integrado aos serviços do SUS em 2017 junto com outras práticas de medicina alternativa.
Acupuntura
A acupuntura é um ramo da medicina tradicional chinesa e foi declarada Patrimônio Cultural Intangível da Humanidade pela Unesco em 2010. A prática consiste na aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo para tratar doenças e promover saúde. As agulhas, quando aplicadas em regiões específicas, podem tratar diversos tipos de doenças físicas ou emocionais, além de melhorar o sistema imunológico. A inserção das agulhas estimula terminações nervosas da pele e envia mensagens até o cérebro, responsáveis por desencadear diferentes efeitos no corpo.
Fitoterapia
A fitoterapia é o estudo das plantas medicinais e suas aplicações na cura de doenças. Sua origem remonta a diferentes povos na história da humanidade, e a prática possui adeptos das mais diferentes culturas e religiões, indo desde rituais de matriz africana até tradições orientais. Diferentemente dos chamados medicamentos fitoterápicos - produtos industrializados elaborados por técnicas de farmácia usando as plantas como base -, a fitoterapia costuma ser usada de forma caseira, principalmente através de chás e banhos. Mas, além dessa prática, existem também as tinturas, garrafadas, cápsulas manipuladas e já prontas industrialmente. Sua prática, no entanto, deve ser feita por quem entende das substâncias de cada planta, que podem tanto trazer benefícios quanto serem prejudiciais se usadas sem o cuidado e conhecimento necessário. A seguir, Charles e Jamille dão alguns exemplos de plantas e seus benefícios.