A decisão política foi tomada. A Guarda Municipal do Recife não terá autorização para atuar armada na capital. Em entrevista, nesta quinta-feira, à Rádio Jornal, o prefeito Geraldo Julio enterrou de vez a discussão e garantiu que o tema não será mais tratado durante a sua gestão, apesar da pressão da categoria para liberar o porte.
“A prefeitura não vai comprar duas mil pistolas, dois mil revólveres 38 para distribuir com os guardas municipais. Não vamos fazer isso. A guarda tem papel fundamental de cuidar dos equipamentos públicos, dos parques, das praças, de fazer ações importantes de cidadania e ela já faz isso muito bem”, afirmou o prefeito do Recife.
Geraldo Julio defendeu que, no enfrentamento da violência, cabe às prefeituras cuidar da prevenção social. “Nossa guarda tem um papel importante dentro das unidades do Compaz, tem a Patrulha Maria da Penha, que faz um trabalho inovador no País inteiro. Cada um na Constituição Federal tem o seu papel. A Polícia Federal, as polícias estaduais, o da guarda é atuar na prevenção.” O efetivo da Guarda Municipal do Recife hoje é de 1.780 agentes.
NEGOCIAÇÃO ENCERRADA
O secretário de Segurança Urbana do Recife, Murilo Cavalcante, confirmou que a discussão sobre o tema foi encerrada e a categoria já está ciente dessa decisão. “Na última greve, deixamos claro que o porte de arma não está mais em negociação. A conversa tem que passar pela melhoria das condições de trabalho.”
Para Murilo, o caminho de apostar só na repressão está superado. “Não há um exemplo sequer de experiência nacional ou internacional onde armar a população deu resultado. É uma ilusão qualquer prefeito armar as guardas achando que vai reduzir a criminalidade. Nosso foco precisa ser a prevenção. É isso que dá resultado.”