No Recife, choveu em três horas o previsto para 21 dias do mês de janeiro. De acordo com a Defesa Civil da cidade, entre as 8h e as 11h da manhã desta segunda-feira (28), foi registrado um volume de 70 mm, para uma média histórica de 103,8 no primeiro mês do ano. Em vários bairros da capital pernambucana, como Imbiribeira, Boa Vista e Boa Viagem registraram pontos de alagamento. Já em Olinda, quem passou pela Avenida Presidente Kennedy, em Peixinhos, enfrentou dificuldades.
Localidades mais afetadas
De acordo com o último boletim da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), entre as 23h40 desse domingo até às 11h40 da manhã desta segunda (28), o bairro do Janga, em Paulista, na RMR, foi a localidade no estado onde mais choveu. O monitor pluviométrico Janga (Costa Azul) apontava 88,88 mm de chuva nas últimas 12 horas. Em seguida vem o bairro de Areias, Zona Oeste do Recife, com 73,00 mm . Já o equipamento na UPA da Imbiribeira, no Recife, indicava 66,58 mm mm de precipitações.
Nas redes sociais, muitos internautas relataram de forma bem humorada terem ouvido fortes trovões na Região Metropolitana do Recife (RMR). Alguns ainda afirmam que em alguns bairros, o fornecimento de energia foi interrompido em decorrência do fenômeno.
10 em 10 recifenses estão falando sobre trovões pic.twitter.com/gH28ljlZkv
— rodolfo (@rodolfo_assis) 28 de janeiro de 2019
E já temos o dia que o Recife inteiro acordou na mesma hora por causa do maior trovão em linha reta
— carulina (@CarollFonsecaa) 28 de janeiro de 2019
Por meio de nota, a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) informou que um aumento no número de ocorrências de oscilação no abastecimento de energia em alguns bairros da Região Metropolitana do Recife, mas a situação já foi normalizada. Confira a nota:
"A Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) informa que, devido às chuvas de maior intensidade, associadas a descargas atmosféricas, registrou, na manhã desta segunda-feira (28), um aumento no número de ocorrências em alguns bairros da Região Metropolitana do Recife. A concessionária esclarece, ainda, que o fornecimento de energia para a Região Metropolitana encontra-se normalizado, sendo as equipes direcionadas para ocorrências específicas. A Celpe se coloca à disposição."
Órgãos públicos
Diante do grande volume de chuvas registrado na RMR, Mata Norte e Mata Sul do Estado, alguns órgãos públicos optaram por não manter suas atividades ao longo desta segunda-feira (28). Entre os que se pronunciaram, o Ministério Público do Trabalho de Pernambuco informou que o expediente e atendimento ao público na unidade Recife foram suspensos. O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) também suspendeu o expediente, bem como os prazos processuais das unidades judiciárias de 1° e 2° graus e administrativas da Capital e da Região Metropolitana do Recife. O Judiciário estadual funcionará em regime de plantão das 13h às 17h.
A Universidade Federal Rural de Pernambuco divulgou que irá suspender as atividades acadêmicas do restante do dia. Em nota, a instituição informou que a medida afeta o o campus Recife/Dois Irmãos, a Unidade Acadêmica do Cabo de Santo Agostinho UACSA) e o Colégio Dom Agostinho Ikas (Codai).
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"Considerando o grande volume de chuvas registrados nas últimas horas na Região Metropolitana do Recife (RMR), a situação de alagamento de bairros da RMR e de pontos do centro do Recife, as dificuldades de locomoção e mobilidade, a previsão de continuidade das chuvas e os diversos relatos encaminhados por pessoas da comunidade universitária, A Administração Superior da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) decide suspender as atividades acadêmicas nesta segunda-feira", diz o comunicado. De acordo com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), as atividades da instituição estão mantidas.
Ônibus ilhado
Um ônibus da empresa Mobibrasil ficou ilhado, na manhã desta segunda-feira (28), na Avenida Mascarenhas de Morais, no sentido Aeroporto, próximo à Eurovia. De acordo com o Corpo de Bombeiros, que foi acionado por volta das 10h, a água já estava atingindo o segundo degrau do coletivo e os passageiros não conseguiram sair. Os Bombeiros estiveram no local e auxiliaram os usuários a desembarcarem do ônibus, que está parado no meio da via.
Principais pontos de alagamento na RMR
Avenida Antônio de Góes, no Pina
Rua Paris, na Imbiribeira
Avenida Doutor José Rufino, no sentido Centro, próximo ao Colégio Visão
Avenida Beberibe, perto da entrada de Cajueiro
Avenida Dom João VI, em Boa Viagem
Avenida Cruz Cabugá, no bairro de Santo Amaro
Rua do Riachuelo, no centro do Recife
Avenida Presidente Kennedy, Olinda
Avenida Abdias de Carvalho, na altura da Faculdade Estácio, na Madalena
Avenida Recife, perto da entrada do Ibura
Avenida Agamenon Magalhães, no sentido Boa Viagem, próximo ao Clube Português
Avenida Mascarenhas de Morais (diversos pontos de alagamento)
Avenida Sul, próximo ao viaduto
Avenida Chico Science, em Olinda
Avenida Caxangá, próximo ao terminal IV Perimetral
Queda de árvores e galhos
Na capital pernambucana, algumas árvores e galhos caíram. Até o final da manhã desta segunda (28), cinco registros haviam sido feitos. No primeiro deles, um galho de grande porte caiu e atingiu quatro carros, que estavam estacionados na Rua da Amizade, no bairro das Graças, Zona Norte do Recife. Já na Avenida Rui Barbosa, também nas Graças, uma árvore caiu em cima de um carro. De acordo com o Corpo de Bombeiros, duas pessoas ficaram presas no veículos, mas não se feriram.
Na Zona Oeste da cidade, duas ocorrências foram registradas em Areias. Uma na Rua Otacílio Pessoa e outra na Rua Macedo Costa. Ambas danificaram residências próximas, mas sem vítimas. Na Zona Sul, um registro foi feito na Rua dos Navegantes, em Boa Viagem.
Entenda o que causou os raios e trovões
A meteorologista Aparecida Fernandes da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) explica: "O calor somado à umidade e à confluência de ventos faz com que as nuvens tenham um desenvolvimento vertical maior". São dessas nuvens que partem a tempestade de raios. "Associado a isso está a temperatura do oceanos que está um grau acima do normal. Isso faz com que tenha mais evaporação, gerando mais nuvens", completa.
Ainda segundo a meteorologista, não há um levantamento quantitativo da emissão de raios na RMR, mas uma tempestade com essas proporções não era registada na região desde o ano passado. "É mais comum no Sertão".