Após a decisão da Justiça, concedida na última quarta-feira (14), determinando a desocupação do Edifício Holiday, em Boa Viagem, muitos moradores, que declaram não ter para onde ir, se mostraram tristes e revoltados com a situação. Na decisão do juiz Luiz Gomes da Rocha Neto, que atendeu a um pedido da Prefeitura do Recife, consta um prazo de até cinco dias úteis para que todos deixem o local.
A proprietária Elisabete conta que mora no local há mais de 20 anos, com seu marido e filha de 5 anos, e não tem para onde ir se sair do edifício. "Meu marido está desempregado e depende aqui do prédio, trabalha por aqui por baixo com comércio para tentar nos sustentar", explica. "Eles não estão nos tirando daqui, estão roubando. Eu não vou sair daqui. Eu não depende de Prefeitura, dependo do meu apartamento", afirmou, se dizendo indignada. Além de Elisabete, outros moradores do prédio se mostraram preocupados com a falta de opção de moradia caso saiam do Holiday.
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Em frente ao prédio, estão reunidos agentes de saúde, da Defesa Civil, guardas municipais, e funcionários da Celpe. De acordo com informações da Rádio Jornal, a Prefeitura, que também conta com representantes no local, afirmou que não dará moradia ou auxílio financeiro para os moradores do Holiday, visto que o prédio é particular. O que será oferecido são abrigos para as famílias que desejarem, mas os reparos necessários no prédio deverão ser bancados pelos próprios proprietários.
A construção, datada de 1956, apresenta alto risco de incêndio por conta da fiação antiga e de ligações clandestinas e está sem fornecimento de energia elétrica desde 6 de março. O Holiday tem 17 andares e abriga cerca de três mil pessoas em 476 apartamentos. Caso a construção não seja desocupada no prazo de cinco dias, haverá uso das forças policiais e municipais para retirar os moradores.
Na manhã desta quinta (14), condôminos e voluntários se reuniram no térreo do Holiday para discutir a situação. Além deles, estão reunidos também vereadores do Recife que acompanham de perto a situação e o Secretário de Controle Urbano do Recife, João Braga.