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Campanha tenta conscientizar quanto à preservação dos mercados do Recife

A Prefeitura do Recife chega a gastar 20% do orçamento anual de manutenção para consertar atos de vandalismo

Editoria de Cidades
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Publicado em 05/04/2019 às 7:31
Foto: Brenda Alcântara/ JC Imagem
A Prefeitura do Recife chega a gastar 20% do orçamento anual de manutenção para consertar atos de vandalismo - FOTO: Foto: Brenda Alcântara/ JC Imagem
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A Prefeitura do Recife iniciou uma campanha para conscientizar a população quanto à necessidade de manter o bom estado dos 23 mercados públicos da cidade. A iniciativa partiu da constatação de que a gestão municipal desembolsa anualmente de R$ 200 mil a R$ 270 mil, equivalente a 20% da verba destinada para manutenção dos equipamentos, para reparos relacionados a vandalismo e mau uso das estruturas.

“Os problemas com depredação do patrimônio são frequentes. A papeleira do banheiro do Mercado da Encruzilhada, por exemplo, foi arrancada pouco tempo depois de entregarmos a reforma dos sanitários. Na Madalena, as torneiras foram levadas e, em Nova Descoberta, chegaram a colocar uma macaxeira dentro do vaso sanitário, danificando a estrutura”, relata a presidente da Companhia de Serviços Urbanos do Recife (Csurb), Berenice Andrade.

A campanha Quem disso usa, disso cuida, teve início a partir de conversas box a box com os permissionários sobre políticas de conservação do patrimônio. Na semana passada, as portas dos banheiros do Mercado da Boa Vista, no Centro, foram grafitadas, para evitar pichações. A iniciativa deve ser estendida a outros equipamentos, como os mercados da Madalena, na Zona Oeste, e Encruzilhada. As intervenções incluem ações com arte-educadores e colocação de avisos para conscientizar a população, que devem ser feitas até o fim do mês.

“Aqui (no Mercado da Boa Vista), fizeram um banheiro novinho e pouco tempo depois, a população já tinha arrancado os ferrolhos das portas”, conta a comerciante Maria de Lourdes Costa, 80 anos, que trabalha no local há 46 anos. “A campanha é muito bem-vinda, porque o povo precisa aprender a cuidar do que é seu, a saber quanto custam as coisas. É um gasto desnecessário, um dinheiro que poderia ir pra outras melhorias nos mercados”, defende.

ENCRUZILHADA

No Mercado da Encruzilhada, Zona Norte do Recife, o cenário é desanimador. Os banheiros, entregues no fim do ano passado, estão pichados e tiveram papeleiras e dispensers de sabão arrancados. Em uma das cabines, nem mesmo a tampa de cerâmica do vaso sanitário foi poupada. Em outro, a luminária também foi roubada. “Se fosse em suas casas, as pessoas não fariam esse tipo de coisa. É uma falta de educação muito grande. Além de atrapalhar o uso, o vandalismo afeta a imagem que se tem dos mercados. São locais visitados por gente de fora de Pernambuco e do País. São pontos turísticos sendo destruídos”, argumenta a estudante Sara de Jesus, 24.

Segundo a presidente da Csurb, o prejuízo acaba sendo não só financeiro. “Muitas vezes, os funcionários de serviços gerais precisam parar a limpeza dos equipamentos para fiscalizar os banheiros e, assim, evitar os atos de vandalismo”, afirma Berenice Andrade.

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