Depois de inúmeros assaltos, e um protesto realizado nesta quinta-feira (11), os alunos da Faculdade de Odontologia de Pernambuco (FOP), em Camaragibe, na Região Metropolitana, voltam às aulas com promessas de mais segurança. Após uma reunião com os estudantes e representantes do município a Universidade de Pernambuco (UPE) por recomendação da Secretaria de Defesa Social (SDS) anunciou medidas em busca de diminuir a insegurança no campus. De imediato serão atendidas ações como a identificação da comunidade acadêmica por meio de crachás, como também o controle de entrada e saída da Faculdade.
A volta às aulas só ficou acertada pelos estudantes porque ficou garantido pela SDS que na segunda-feira haverá um carro da Polícia Militar fazendo a segurança do campus. De acordo com o reitor da UPE, o professor Pedro Falcão, a universidade vem articulando soluções junto aos órgãos de segurança do Estado para reforçar o policiamento no entorno da faculdade.Também informou que aguarda liberação de orçamento proveniente do Estado para contratação de uma empresa privada que ficará responsável pela segurança no interior das instalações da unidade, para contratação de empresa para instalação de circuito interno de câmeras e reforçar a iluminação no campus da UPE em Camaragibe e vias de acesso.
“Entendemos como justas as reivindicações dos estudantes e temos trabalhado para manter a integridade física e psicológica da comunidade acadêmica da FOP. Um dos compromissos desse reitorado, inclusive, é transferir as instalações da unidade para um novo prédio no campus Santo Amaro da UPE. Esse projeto já existe”, declarou o professor Pedro Falcão, em nota enviada pela UPE.
O campus da FOP conta com aproximadamente 400 alunos na graduação. Também mantém turmas de especialização, mestrado e doutorado, com cerca de 300 alunos. Além de 80 professores, 50 servidores técnicos-administrativos e aproximadamente 2.000 atendimentos semanais à população nas clínicas da unidade.
INSEGURANÇA
A presidente do diretório acadêmico da FOP, a estudante Deborah Kirnew, 20, contou que desde 2017 os casos que demonstram a insegurança do lugar vem aumentando. “Já encontraram por aqui por perto corpos desovados, já houve uma perseguição que deu em um tiroteio onde a gente fica (no estacionamento), já teve assalto de celular de 15 pessoas que estavam indo para a parada de ônibus, mas chegou um momento que foi a gota d’água”, ela se refere ao assalto de três estudantes na última segunda-feira, dia 8.
As alunas de odontologia estavam descansando no estacionamento do campus e foram abordadas por dois homens armados. O veículo em que o trio estava acabou sendo levado pelos criminosos. “O desespero das meninas foi tão grande que uma delas desceu do carro pela janela”, observou Deborah. “A turma delas ia ter atendimento à tarde, e cancelaram, acabamos cancelando os atendimentos do dia para todos e nos reunimos em assembleia estudantil para tomar alguma atitude”, lembrou a estudante.
Após o encontro, decidiram realizar o protesto na quinta-feira, dia 11, que reverberou com uma reunião com representantes do município, o reitor da UPE, a Polícia Militar, a direção da FOP e a Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco. No fim do dia, também se reuniram junto a SDS, destacando as medidas que deveriam ser tomadas.