Após mais de um mês fechado para reformas, adiamentos na reabertura, protestos e novo fechamento, o Restaurante Universitário (RU) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) reabriu nessa terça-feira (30) com novo esquema de segurança. Enquanto estudantes faziam as refeições, o restaurante era monitorado por agentes de segurança. Apesar de relatarem melhorias nas refeições oferecidas, estudantes criticaram a presença dos seguranças dentro e fora do refeitório. As obras para a abertura da nova unidade do RU, que funcionará no prédio da Sudene, começam este mês.
No café da manhã, quatro agentes do Grupo Tático Operacional (GTO) ficaram no restaurante enquanto os alunos entravam e se serviam. Seguranças da TKS, empresa terceirizada, também estavam na patrulha. “A gente se sentiu vigiado, não tem outra palavra. Nunca vi tantos seguranças juntos em um único lugar na universidade. No campus, só vemos um ou outro espalhado, mas nada que nos passe a sensação de segurança. Essa quantidade ao redor do restaurante é desnecessária”, conta a estudante de geografia, Isis Lima.
No almoço, não haviam seguranças dentro do RU, mas o monitoramento na entrada e na saída foi mantido. Segundo a pró-reitora de assuntos acadêmicos, Ana Cabral, a medida foi solicitada pela empresa Verde Mar, atual responsável pelo restaurante. “O reforço na segurança foi a condição da empresa para continuar prestando os serviços. Como este foi o primeiro dia após os protestos da semana passada, é normal que haja mais segurança. Mas, acredito que não sejam necessários tantos agentes daqui para frente. O principal é o controle nas catracas”, explica.
Segundo a Superintendência de Segurança Institucional da UFPE, a presença dos agentes no RU se deve a um cláusula do contrato com empresa atual. “Estamos atendendo uma especificação do contrato, na qual a UFPE é responsável pela segurança interna do restaurante. Vamos ter seguranças dentro e fora do RU todo o tempo, com reforço nos horários das refeições”, afirma o superintendente Armando Nascimento.
Com relação à comida, alguns ajustes foram feitos, mas o serviço prestado continua desagradando os estudantes. “Agora podemos pegar duas opções de carne, mas a porção continua sendo insuficiente. Também percebi que melhoraram um pouco nos temperos, mas a gente sente que ainda está sem gosto. Se colocassem, pelo menos, opções de condimento, já melhorava”, pontua o estudante de matemática Rafael Cavalcanti. A pró-reitora confirmou o aumento. “Conseguimos que a quantidade de proteína seguisse o termo de referência. Serão 150 g por aluno. Agora, se esta quantidade é de apenas uma opção ou duas de carne, é definido pelo restaurante”.
O RU estava fechado desde a última quinta-feira, quando a empresa Verde Mar interrompeu o serviço após protestos realizados no dia anterior pelos estudantes. Na ocasião, segundo a pró-reitoria, uma aluna teria agredido um funcionário da empresa que fornece as refeições. Uma sindicância foi aberta pelo gabinete do reitor e o caso está sendo apurado. Nos protestos, além de reivindicar mais qualidade na comida fornecida, alunos pediam que o restaurante voltasse a servir refeições para alunos com isenção parcial. “Apesar de ter a isenção total e estar entre os beneficiados com o atual RU, entendo que esse é um restaurante para todos. Independente do contrato, é injusto com quem tinha isenção parcial e pagava R$ 3 pelas refeições”, frisa a estudante de odontologia Amanda Andrade.
RU da Sudene
Desde a sua reabertura na segunda-feira da semana passada, o RU deixou de fornecer refeições para estudantes que tinham apenas isenção parcial. Este grupo deve voltar a usufruir do serviço quando uma nova unidade for inaugurada no antigo prédio da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). As reformas no espaço devem começar ainda este mês e devem durar dois meses.