No próximo domingo (18), das 9h às 16h, o Museu da Cidade do Recife apresenta ao público uma pequena amostra do seu vasto acervo de fotos antigas da capital pernambucana. As imagens em preto e branco, impressas em três tamanhos diferentes, reproduzem paisagens e costumes de uma cidade que se modernizava, do início do século 20 até meados da década de 1960. Essas cenas até podem ser guardadas na retina, mas a proposta do museu é que, depois da visita, você leve um pedaço da história para casa.
As fotos selecionadas para o lançamento do projeto Leve História para Casa, na véspera do Dia Mundial da Fotografia, estarão à venda na lojinha do museu, localizado no Forte das Cinco Pontas, no bairro de São José, Centro do Recife. Cada uma das 19 imagens foi reproduzida em papel algodão, que tem vida longa, nos tamanhos A2 (42 cm X 60 cm), A3 (30 cm X 42 cm) e A4 (21 cm X 30 cm), sem moldura. A maior custa R$ 100, a intermediária sai por R$ 60 e a menor pode ser adquirida por R$ 45. O dinheiro arrecadado será investido na continuidade do projeto.
Rua da Aurora em foto de Alexandre Berzin/Acervo Museu da Cidade do Recife
“Essa é uma forma de divulgar o nosso acervo, as imagens podem ser levadas para as residências, o espaço íntimo de cada família”, declara a diretora do Museu da Cidade do Recife, Betânia Corrêa de Araújo. A primeira edição do Leve História para Casa tem o apoio da Universidade Católica de Pernambuco. “Convidamos a fotógrafa e professora da Unicap Renata Victor para fazer a curadoria, ela visitou o acervo e escolheu as fotos do projeto”, informa Betânia Araújo.
Na coletânea há imagens da Avenida Boa Viagem ocupada apenas por casas, da imagem de Nossa Senhora no Morro da Conceição quase sem construções em volta, do ônibus elétrico na Avenida Guararapes em 1959, da Praça Maciel Pinheiro, da Ponte Buarque de Macedo em 1944, da Rua da Imperatriz em 1958 e de tipos populares entre outras. “Quase todas as fotos selecionadas são inéditas, nunca fizeram parte de exposições realizadas pelo museu”, afirma Sandro Vasconcelos, historiador do centro cultural.
Ônibus elétrico na Avenida Guararapes em foto de Mário Carvalho/Acervo Museu da Cidade do Recife
Uma quantidade estimada em 250 mil imagens compõem o acervo do Museu da Cidade do Recife, entre fotografia (papel, negativo de vidro e negativo de acetato) e cartografia. “Nosso potencial é muito significativo, são fotos para registrar ações e obras da prefeitura, mas além da foto documental há várias outras de caráter mais artístico, usadas em propagandas turísticas pelo município”, relata Sandro Vasconcelos. As 19 fotografias escolhidas foram produzidas por Alexandre Berzin, Mário de Carvalho, Cisneiros e um autor não identificado.
Curadoria
“Não estamos trazendo uma nova invenção, outros museus do mundo fazem isso”, comenta Betânia Corrêa de Araújo ao falar sobre o projeto. “É mais um produto que estamos ofertando ao público, na lojinha já vendemos postais, caneca e botons”, acrescenta. A ideia do museu, diz a diretora, é convidar profissionais variados para fazer a curadoria das próximas edições do Leve História para Casa (as datas ainda serão definidas), como paisagista, publicitário, historiador, artista plástico e designer.
Rua 1º de Março na esquina com a Rua do Imperador em foto de Alexandre Berzin
Em homenagem ao Dia Mundial da Fotografia (19 de agosto), o Museu da Cidade do Recife sedia neste fim de semana (17 e 18) atividades promovidas pelo Curso Superior de Fotografia da Unicap, com palestras, exposições e oficinas. São pagas e é preciso fazer inscrição. No domingo (18), às 16h, haverá a entrega do prêmio Alcir Lacerda 2019 aos fotógrafos Hélia Scheppa e José Afonso de Almeida.
O museu funciona de terça a sábado, das 9h às 17h, e aos domingos, das 9h às 16h. A entrada é gratuita. Informações podem ser obtidas pelo número (81) 3355-3108.