Os funcionários do Mar Hotel, na Zona Sul do Recife, que foram baleados por um psicólogo na noite desta terça-feira (03) foram socorridos e levados ao Hospital da Restauração e o estado de saúde deles é estável. Eles ficaram feridos após tentarem intervir no momento em que o profissional de saúde agredia a sua ex-companheira num quarto do hotel.
José Fernando Freire da Silva, de 43 anos, teve uma lesão na coluna. De acordo com a assessoria de imprensa do Hospital da Restauração, ele passou por exames e o estado e estável. José Fernando está consciente e orientado.
Já a situação de José Edson Lima Júnior, 37 anos, inspira maiores cuidados. Ele também está estável, mas teve uma fratura na perna e está com um dreno à direita do tórax. Ele entrou em cirurgia por volta das 9h15 desta quarta-feira. Segundo a assessoria do Hospital da Restauração, por volta das 17h, ele saiu do bloco cirúrgico e seu estado é estável.
Nota do Mar Hotel
O Mar Hotel, onde ocorreu o episódio, soltou nota para informar que "lamenta profundamente o incidente ocorrido na noite desta terça (03/12)". O texto diz ainda que os procedimentos adequados foram seguidos e que os feridos "foram imediatamente socorridos e levados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira e depois transferidos para o Hospital da Restauração (HR). O Pontes Hotéis & Resort está dando toda a assistência aos funcionários e familiares, assim como colaborando com a investigação policial", diz a nota divulgada à imprensa.
Entenda o caso
Um psicólogo que atua na profissão há sete anos é suspeito de ter atirado em duas pessoas após agredir sua ex-companheira, na noite dessa terça-feira (3), em um hotel no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Eles estavam separados há dez dias e vieram à capital pernambucana acompanhados da mãe do psicólogo para uma consulta médica para o filho deles, que tem quatro meses.
Segundo a polícia, o homem, que é servidor do Tribunal de Justiça da Paraíba, consumia bebidas alcoólicas, o que teria desagrado a mulher, que decidiu subir para o quarto onde estavam hospedados. Em seguida, o psicólogo e sua mãe também subiram. De acordo com a polícia, foi a partir desse momento que a mulher começou a ser agredida.
Os policiais disseram também que ao perceberem as agressões, dois empregados do hotel foram até o quarto onde o suspeito e a ex-companheira estavam hospedados para tentar impedir que a mulher fosse agredida e acalmar os ânimos dos envolvidos. Nesse momento, o suspeito sacou uma arma de fogo e atirou contra os funcionários, um segurança e um mensageiro.
Ainda de acordo com a polícia, ao descer do quarto, o psicólogo tentou atirar contra um terceiro funcionário do hotel, um chefe de cozinha. Ao sair do estabelecimento, o homem tomou um carro de assalto e, dessa vez, tentou atirar contra duas pessoas que estavam no veículo, mas não conseguiu. O psicólogo fugiu e ainda não foi encontrado pela polícia.
Por meio de nota, a Polícia Civil afirmou que a 3ª Delegacia de Polícia de Homicídios está investigando o caso, tratado como tentativa de homicídio contra os dois funcionários do hotel. A corporação disse ainda que a mulher que sofreu as agressões foi conduzida para a 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, em Santo Amaro, no centro expandido do Recife.
#UmaPorUma
A violência contra a mulher é constante e frequentemente acaba em tragédia. Existe uma história para contar por trás de cada feminicídio em Pernambuco. O especial #UmaPorUma contou todas. Em 2018, o projeto mapeou onde as mataram e as motivações dos crimes. Além disso, acompanhou as investigações e cobrou a punição dos culpados. Um banco de dados virtual, com os perfis de vítimas e agressores, além dos trágicos relatos que extrapolam a fotografia da cena do crime. Nesse especial, há a dor que não vai passar, mas que gera – precisa gerar – reação, cobrança, enfrentamento para ajudar a prevenir e, principalmente, salvar vidas.
Ligue 180
Se você, mulher, for vítima de agressão, denuncie. Ligue para o número 180. A ligação gratuita e confidencial, esse canal de denúncia funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, no Brasil e em outros 16 (dezesseis) países: Argentina, Bélgica, Espanha, EUA (São Francisco e Boston), França, Guiana Francesa, Holanda, Inglaterra, Itália, Luxemburgo, Noruega, Paraguai, Portugal, Suíça, Uruguai e Venezuela.
Além de registrar denúncias de violações contra mulheres, encaminhá-las aos órgãos competentes e realizar seu monitoramento, o Ligue 180 também dissemina informações sobre direitos da mulher, amparo legal e a rede de atendimento e acolhimento.