Os gradis de metal furtados das laterais e do canteiro central da Via Mangue, corredor viário inaugurado em 2014 para desafogar o trânsito na Zona Sul do Recife, serão substituídos apenas em março ou abril de 2020. De acordo com o secretário de Infraestrutura da cidade, Roberto Gusmão, a prefeitura decidiu esperar o término da última etapa da obra da Via Mangue (a complementação da passarela de pedestres e a construção da passarela de veículos próximo ao RioMar Shopping, no bairro do Pina) para fazer a reposição das peças.
“Se colocarmos os gradis agora, os roubos continuarão acontecendo e precisamos entregar a obra completa à Caixa Econômica em março ou abril”, explica Roberto Gusmão. Além disso, acrescenta, a secretaria estuda a possibilidade de retirar a grade central e manter apenas a proteção instalada nas laterais, junto ao manguezal. “Vamos avaliar a proposta com a CTTU (Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife), se não tiver impedimento podemos usar os gradis do centro para repor as peças que estão faltando nas laterais.”
Proposto no projeto inicial do corredor viário, que seria uma via expressa, o gradil central tinha como função dar segurança de visualização aos veículos que trafegariam em sentido oposto nas pistas, explica o secretário. “A via expressa teria uma velocidade média muito acima daquela que adotamos, ali temos uma velocidade controlada de 60 quilômetros”, pondera. Em 2018, a prefeitura registrou os furtos na delegacia e conseguiu encontrar seis peças, usadas como cercado para porcos em comunidades da região.
O município, diz Roberto Gusmão, precisa encontrar uma alternativa para evitar o furto das proteções laterais. “Geralmente elas são retiradas porque a comunidade quer passar de um lado para o outro cortando caminho, uma solução seria abrir entradas específicas para essas pessoas”, comenta. “A reposição dos gradis da Via Mangue não é prioridade neste momento”, resume. Iniciada em abril de 2011, a Via Mangue teve a primeira pista inaugurada em junho de 2014, no sentido Centro-Boa Viagem, com 5,63 quilômetros de extensão.
Conserto
A segunda pista, no sentido Boa Viagem-Centro, tem 4,36 quilômetros de extensão e entrou em uso a partir de janeiro de 2016. A implantação do corredor viário custou mais de R$ 430 milhões. Anteontem, uma camada de concreto se quebrou e abriu a junção entre duas placas da pista de rolamento do Centro para Boa Viagem. O conserto foi concluído no fim da manhã de ontem e segundo a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), a avaria não compromete a estrutura da Via Mangue.
“Faz tempo que o gradil está assim, ele desaparece e aparece no lixo”, afirma Murilo Cavalcanti, comerciante e morador da área. A falta das peças na parte central, no entendimento do comerciante, não prejudica o trânsito de veículos. Para o mecânico Fábio Bezerra, que circula de moto pela Via Mangue, a prefeitura deveria reforçar a fiscalização para evitar acidentes com linhas de papagaio. “Tem menino usando linha com cerol (mistura de pó de vidro com cola) para empinar pipa e isso é um perigo para os motociclistas.”
O pedreiro Murilo Pereira dos Santos Silva pedala na faixa de bicicleta da Via Mangue todos os dias e chama a atenção para a sinalização horizontal apagada em vários trechos.