Comerciantes informais do entorno da Praça General Carlos Pinto, conhecida como Praça do Tacaruna, no bairro de Santo Amaro, área central do Recife, começam nesta segunda-feira (6) a vender seus produtos em espaço construído pela Prefeitura do Recife ao lado do Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), na Rua dos Casados. Esse domingo (5) foi o último dia para que eles retirassem artigos e utensílios antes de as barracas serem destruídas por funcionários da Diretoria de Controle Urbano (Dircon).
No novo espaço existem 22 boxes, além de banheiros e algumas mesas para refeição. Os comerciantes aprovaram as mudanças. Alguns questionam o tamanho dos boxes, mas apostam em dias melhores. “Trabalho há mais de 29 anos aqui e agora vou lá para trás. O boxe é bem pequeno. Mas o lugar é mais organizado e a gente acha que as vendas podem melhorar”, destaca Simone Lacerda, 43 anos, que vendia alimentos manipulados no entorno da praça.
De acordo com o secretário de Mobilidade Urbana e Controle do Recife, João Braga, a retirada dos ambulantes do entorno da praça é a concretização de um projeto pensado desde 2010. “Havia umas barracas na lateral do HCP, à época foi iniciada a ampliação do hospital, com a reforma veio o tratamento da calçada e colocação de gradil, demandando a retirada dos oito ambulantes que se encontravam lá. A prefeitura iniciou a construção de um lugar para eles, mas quando fomos removê-los foi preciso alargar o espaço porque já eram 22 comerciantes”, explica Braga.
O alargamento foi feito a partir da compra de uma casa vizinha ao HCP, unindo a área já construída para comerciantes ao novo espaço para 22 boxes. Ainda segundo o secretário, no novo espaço os boxes tem até quatro metros quadrados e podem ser pequenos para alguns comerciantes que “já chegavam a ocupar a rua com mesas”.
MOVIMENTO
Segundo os vendedores, a retirada das barracas se deve à revitalização do espaço de convivência e à previsão de construção de um empresarial em frente à praça. “A gente vai ver se tem movimento amanhã (nesta segunda, 6). Aqui é mais organizado, mas tem que ver se o pessoal do hospital vai passar a comer aqui além dos clientes que a gente já tinha lá”, diz Angélica Maria, 25 anos, que vende doces, pipocas e água. Outra preocupação dela são os novos custos para manter o negócio. “A gente vai pagar água e luz. Lá não pagava nada. Não sei como vai será.”
Embora temam a falta de clientes e aumento dos custos, alguns comerciantes estão satisfeitos com mais segurança e higiene do espaço. “Lá tinha muita sujeira, além de gente se drogando quase dentro do comércio. Tava meio bagunçado. Então, é esperar pelo melhor”, diz a vendedora de almoços Mabia Holanda, 48.
A Praça do Tacaruna passa por revitalização. Vai ganhar nova iluminação, passeio e fonte. Na área serão instalados fiteiros para oito comerciantes, que poderão vender alimentos não manipulados, eletroeletrônicos e acesórios. A revitalização é fruto de parceria entre a prefeitura com o Shopping Tacaruna, e inclui a adoção da praça. O novo equipamento, segundo João Braga, deve ser entregue até o fim deste mês.
