Após perder o procedimento cirúrgico marcado para o dia 6 de janeiro, Débora Dantas, de 19 anos, está de volta a Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, para retomar o tratamento. A jovem chegou ao município nesse domingo (19) e deve iniciar os procedimentos nesta terça-feira (21), de acordo com o advogado Eduardo Barbosa. Ele informou ainda que a volta, prevista inicialmente para a próxima quinta-feira (23), deve ser adiada, porque a jovem precisará ficar mais tempo na unidade de saúde.
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Débora, que teve o couro cabeludo arrancado durante um acidente de kart no estacionamento de um supermercado no Recife, em agosto do ano passado, viajou acompanhada do namorado Eduardo Tumajan. Segundo o advogado, o grupo Big Bompreço, antigo Walmart, retomou o pagamento do tratamento, além do custeio de alimentação e hospedagem.
No dia 12 de janeiro, a jovem denunciou que a rede de supermercados teria suspendido o pagamento do tratamento no interior de São Paulo, exigindo que Débora abrisse mão de processar o grupo. Em decorrência disso, o procedimento marcado para o dia 6 de janeiro teria sido perdido.
Desde o mês do acidente, a jovem é acompanhada no Hospital Especializado de Ribeirão Preto, referência no País em microcirurgia de alta complexidade. O tratamento deve durar cerca de dois anos, de acordo com a equipe médica.
Entraves
Em nota, o Big Bompreço afirmou que “jamais se negou, nem se negará, a custear os procedimento necessários à plena recuperação da saúde (de Débora)." O comunicado informou ainda que Débora havia apresentado uma lista de pedidos “que não guardam nenhuma relação com o acidente ou com a sua saúde, como: financiamento de curso preparatório de sua escolha, em qualquer lugar do mundo; financiamento do curso da Universidade de Medicina de Harvard; custeio de plano de saúde internacional; casa em Longwood, nos EUA; e pagamento do valor de 10 milhões de dólares."
Em resposta, a jovem afirmou que a lista teria sido enviada após uma conversa informal com uma representante do Walmart, quando ela ainda estava internada em Ribeirão. “Me pediram para eu dar um preço para mim. Eu não sabia, não tinha experiência. Não sou advogada”, justificou a jovem.
Débora, no entanto, afirmou a vontade de prosseguir com o tratamento nos Estados Unidos. “Na época do acidente, fui informada que havia dois locais para tratamento: Houston, nos Estados Unidos, e Ribeirão, em São Paulo. Mas a primeira opção era Houston. Eu não fui porque não tinha passaporte”, explicou. “Lá, existem outras metodologias e opções, que podem me ajudar a ter o meu cabelo. Infelizmente, nossa tecnologia não é avançada no Brasil”, pontuou.