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Policiais civis de Pernambuco descartam greve no Carnaval 2020

A deliberação aconteceu nesta terça-feira (18), após reunião com o representantes do governador Paulo Câmara no Palácio do Campo das Princesas

Cássio Oliveira e Elton Ponce
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Cássio Oliveira e Elton Ponce
Publicado em 18/02/2020 às 13:55
Foto: Filipe Jordão/JC Imagem
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Os Policiais Civis de Pernambuco descartaram realizar greve da categoria no período do Carnaval 2020. A deliberação aconteceu nesta terça-feira (18), após reunião com o representantes do governador Paulo Câmara (PSB), no Palácio do Campo das Princesas, área central do Recife.

Pela manhã, a categoria saiu em passeata pelas ruas do Centro do Recife. Aos gritos de ''governador, vai pegar mal, se a polícia parar no Carnaval'', os policiais, todos vestidos de preto, com camisetas do Sinpol, chegaram ao Palácio por volta das 12h30.

A liderança do movimento dos policiais negociou com o secretário-executivo da Casa Civil, Eduardo Figueiredo. "A nossa pauta de reivindicações já estava com o governo desde o ano passado. O secretário colocou ela na mesa e disse que no dia 11 de março, às 14h30, haveria uma negociação referente à questão da melhoria do plano de cargos, carreiras e vencimentos de forma concreta. A gente está dando esse voto de confiança ao governo do Estado e não vamos paralisar no Carnaval", declarou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), Áureo Cisneiros.

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Foto: Filipe Jordão/JC Imagem
Os policiais civis de Pernambuco fazem uma passeata na manhã desta terça-feira (18). - Foto: Filipe Jordão/JC Imagem
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Os policiais se concentraram na sede do Sinpol, em Santo Amaro. - Foto: Filipe Jordão/JC Imagem
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O grupo saiu em passeata em direção ao Palácio do Campo das Princesas. - Foto: Filipe Jordão/JC Imagem
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A categoria reivindica reajuste salarial, reestruturação do plano de cargos e carreiras e mais. - Foto: Filipe Jordão/JC Imagem
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Se o governo do Estado não negociar, os policiais ameaçam fazer uma paralisação durante o Carnaval. - Foto: Filipe Jordão/JC Imagem
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No Palácio, os policiais vão negociar com representantes do governador Paulo Câmara. - Foto: Filipe Jordão/JC Imagem

PAULO CÂMARA

Questionado sobre o pleito dos policiais, o governador Paulo Câmara (PSB) informou, ao deixar assembleia da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), que sempre estará aberto ao diálogo, mas que possui limitações para conceder reajustes salariais.

"Nos últimos anos nós fizemos um processo de valorização das nossas polícias que nunca ocorreu em Pernambuco e hoje nós temos um dos salários mais altos do Brasil. (...) Agora temos que ver as restrições. O Estado está acima do limite de responsabilidade fiscal, isso é um fato que não tem como mudar. Agora é sentar e ver formas de melhorar a qualidade do trabalho, isso a gente está fazendo desde sempre e vamos continuar fazendo", disse o governador.

Após a reunião no Palácio, os representantes dos policiais voltaram ao carro de som que acompanhou a caminhada e pediram que os presentes deliberassem sobre paralisar ou não. Ampla maioria levantou a mão votando pela continuidade dos trabalhos. Assim, a greve foi descartada. Pelo menos, até o próximo dia 11 de março.

"A gente está respeitando a principal festa popular do povo pernambucano. Muita gente foi lá nas minhas redes sociais, houve críticas, a gente entendeu que o povo estava temeroso por uma paralisação dos policiais civis e diante dessa sensibilidade nossa, nós não vamos paralisar as atividades no Carnaval", explicou Áureo.

Além da negociação salarial, os policiais também pedem uma reestruturação do plano de cargos e carreiras e a compensação do reajuste de carga horária que, segundo o Sindicato, em 2010 aumentou em 33% e não houve compensação financeira. “Estamos trabalhando mais e o governo não nos pagou, não fez a compensação financeira, que inclusive o Supremo Tribunal Federal (STF) exige”, alegou o presidente do Sinpol.

Na pauta entregue durante a negociação, os policiais pedem alteração do salário inicial para R$ 6 mil, do salário final para o mesmo valor do delegado de polícia de 2º nível, chamamento de todos os aprovados no último concurso, entre outros tópicos. Os policiais também reclamam que toda a tropa da Polícia Civil vai trabalhar no Carnaval e não receberá hora extra. “É uma exploração que o Estado faz todos os anos com a Polícia Civil e este ano nós chegamos no limite e não queremos mais”, destacou.

RESPOSTA

Confira a nota divulgada pelo Governo de Pernambuco após a reunião com o sindicato:

O Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria da Casa Civil, informa que representantes do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) foram recebidos, nesta terça-feira (18), pelo secretário-executivo de Articulação e Acompanhamento, Eduardo Figueiredo. Na ocasião, foram dados os encaminhamentos e marcada uma reunião, para o próximo dia 11 de março, com a secretária de Administração, Marília Lins. Durante a reunião, a comissão do Sinpol, por sua vez, comprometeu-se em não realizar paralisações durante o carnaval.

A Casa Civil sempre esteve aberta ao diálogo, e o encontro foi mais uma etapa das rodadas de negociação que são realizadas durante todos os anos.

A Secretaria de Administração informa que entre o período de janeiro de 2015 e fevereiro deste ano, realizou 26 (vinte e seis) reuniões com o Sinpol. Somente no ano passado, foram registradas 05 (cinco) reuniões com esse sindicato, sendo a última delas no mês de dezembro. Nas reuniões realizadas nesse período, foram firmados e cumpridos diversos compromissos com a categoria, tais como estudos para revisão do plano de cargos, carreiras e vencimentos e a reformulação de alguns benefícios, dentre outros. Importante destacar que, desde 2015, a categoria obteve reajuste remuneratório médio de 56,15%. Ou seja, bem superior à inflação oficial do mesmo período, que correspondeu a 31,32%.

Além disso, nesse intervalo foram nomeados 1.359 novos Policiais Civis (Agentes de Polícia Civil e demais cargos correlatos). Por último, a Secretaria de Administração enfatiza que o Governo do Estado está à disposição para o diálogo franco e permanente com as categorias do funcionalismo público estadual.

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