JULGAMENTO

Após três adiamentos, tem início julgamento de acusados de matar criança em ritual macabro em Brejo da Madre de Deus

O crime aconteceu no início de julho de 2012 e até então os quatro acusados não tinham passado por julgamento

Carolina Fonsêca e Juliana Oliveira
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Carolina Fonsêca e Juliana Oliveira
Publicado em 27/02/2020 às 13:08
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O crime aconteceu no início de julho de 2012 e até então os quatro acusados não tinham passado por julgamento - FOTO: Foto: Cortesia
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*Atualizada às 15h13

Depois de ser adiado por três vezes, o julgamento dos quatro acusados de estuprar e degolar durante um ritual macabro o menino Flânio da Silva Macedo, que tinha nove anos, em 2012, na cidade de Brejo da Madre de Deus, no Agreste de Pernambuco, está acontecendo. Genival Rafael da Costa, 62 anos, Maria Edileuza da Silva, 51 anos, Edinaldo Justos dos Santos, 33 anos e Edilson da Costa Silva, 31 anos, estão sendo julgados desde às 10h, na 4ª Vara do Fórum Thomaz de Aquino, no bairro de Santo Antônio, na Área Central do Recife. 

Os acusados respondem por homicídio triplamente qualificado - motivo torpe, com emprego de meio cruel para assegurar a execução, a ocultação, a imputação ou vantagem de outro crime e também pelo crime de estupro de vulnerável. 

José Edmilson, tio de Flânio, acompanha o julgamento, representando a família. Segundo ele, a mãe do menino não pôde comparecer por conta de questões pessoais. 

“Estou aqui para dar uma força para ela, para a família completa que não pôde vir. Esperamos que acabe com isso e a justiça tome a medida que deve tomar. A dor é muito grande, eu como pai de três filhos sei o que é e a mesma coisa sente a mãe dele. Se um cara desses pegar 30 anos (de prisão) para mim é pouco, se ele não pudesse sair seria melhor”, disse. 

O julgamento

Três dos quatro acusados foram ouvidos até o momento. O primeiro a ser interrogado foi o réu Edinaldo Justos dos Santos, em seguida foi a vez de Genival Rafael da Costa, e depois Maria Edileuza da Silva. Neste momento, Edilson da Costa Silva está sendo interrogado. Todos os acusados passam por perguntas do juiz que preside a sessão, Abner Apolinário, por representantes do Ministério Público, por representantes da acusação e da defesa. Um intervalo foi feito por volta do meio-dia. 

O julgamento está sendo acompanhado por poucas pessoas da família e não há previsão para o fim, podendo entrar pela noite, madrugada e terminar apenas na sexta-feira (27). 

O caso 

Flânio Macedo desapareceu no dia 1º de julho de 2012, quando saiu de casa, na Travessa Ana Maria da Conceição, por volta das 6h, para carregar frete na feira. Depois de procurar a polícia e a imprensa, parentes souberam que ele tinha sido visto na Zona Rural, empurrando a carroça que usava para trabalhar e, na frente, ia um homem em uma bicicleta. 

O corpo do garoto foi encontrado dez dias depois, já em estado de decomposição, no Sítio Camarinhas, um local de difícil acesso e, segundo a polícia, conhecido por receber rituais macabros. A cabeça do menino estava a cerca de um metro de distância do corpo e sem os olhos. Os braços e as pernas estavam amarrados e ele estavam sem roupas. 

Perto do corpo de Flânio havia objetos usados em rituais de magia negra, como bonecos de vodu, penas, ossos, velas, panelas e comida. A carroça que o menino utilizava para fazer os fretes também estava no local. 

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