Chico Science

Chico Science é celebrado por blocos e clubes no Carnaval

O Siri na Lata terá Nação Zumbi hoje na celebração ao mangueboy

Do JC Online
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Publicado em 28/01/2016 às 20:07
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O Siri na Lata terá Nação Zumbi hoje na celebração ao mangueboy - FOTO: Divulgação
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Em 1994, uma curadoria selecionava artistas que representariam Pernambuco no projeto Cumplicidades, uma parceria entre entidades culturais do Norte de Portugal e nordestinas com a Fundaj à frente. Por dois votos contra um, a banda Chico Science & Nação Zumbi não teve o nome aprovado para integrar a caravana que se apresentaria em terras portuguesas. Assim como parte daquela curadoria, a maioria dos pernambucanos não assimilou, na época, a música que Chico Science fazia, grosso modo, uma mistura de rap, rock e ritmos regionais, como coco e maracatu.

Francisco de Assis França, ele mesmo um folião inveterado, falecido na véspera do Carnaval de 1997, completaria 50 anos em 13 de maço próximo, e ganha várias homenagens durante a folia deste ano. A troça Minha Cobra, integrada por tricolores, tem o mangueboy estampado em sua camisa deste ano. O também tricolor Chico Science será o homenageado do desfile, na segunda de Carnaval, saindo do Bonsucesso, em Olinda. 

O Bloco Anárquico Armorial Siri na Lata deixou em segundo plano seu próprio aniversário de 40 anos para celebrar os 50 de Science. A tradicional prévia acontece hoje, no Clube Português, e será aberta pela Nação Zumbi, com o show Nação Na Lata, em que mostrará um repertório centrado nos discos gravado com Chico Science.

“Em 1994, o Siri fez um Carnaval chamado Vem Pro Mangue Você Também, uma homenagem ao manguebeat. E, no ano anterior, contratamos Chico Science & Nação Zumbi para tocar na festa de réveillon que promovemos na Rua do Bom Jesus”, lembra Paulo Braz, um dos diretores. As outras atrações do Siri também cantarão Chico Science: o cantor Almir Rouche e o Maestro Forró com a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério.

De longo alcance será a homenagem que Chico Science receberá da maior agremiação carnavalesca da cidade (e do mundo, garantem seus diretores), o Galo da Madrugada, cujo título do desfile de 2016 é Galo, Frevo e Manguebeat. Quatro dos seis carros alegóricos do clube de máscaras contará a história do mangueboy, com cenografias assinadas por Ary Nóbrega e Acácio Damasceno. Os dois primeiros carros são o abre-alas do Galo, o terceiro chama-se Manguebeat, em que os cenógrafos tentaram sintetizar a estética de Chico Science nas alegorias que criaram, a exemplo de um caranguejo de metal e antenas parabólicas. Entre réplicas da vegetação do mangue, 14 fantasias de urubus, caranguejos, caboclos de lança cibernéticos e mangueboys compõem o cenário montado neste carro.

O carro seguinte centra a temática em Olinda, Rio Doce, Peixinhos e Chão de Estrelas, locais onde Chico passou boa parte de seus 31 anos de vida. Em Chão de Estrelas fica o Daruê Malungo, onde Science começou a fazer a alquimia sonora que inovaria a MPB nos anos 90. O terceiro carro representa o Recife em que Chico desenvolveu a estética mangue. 

Por fim, mas não menos importante, a alegoria Maracatu Atômico, em que a música do CSNZ é cenografada. Curioso é que esta música, de Jorge Mautner e Nelson Jacobina, que se identifica tanto com o manguebeat, foi uma sugestão de Jorge Davidson, então diretor musical Sony Music (responsável pela contratação do grupo). E Chico Science foi refratário à ideia de gravá-la porque preferia gravar suas próprias músicas. Além disso, e a sugestão pareceu-lhe muito óbvia.

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