Uma feliz coincidência do calendário: o Dia do Frevo, comemorado sempre em 9 de fevereiro (desde a década de 90), caiu hoje no último dia oficial do Carnaval. Para celebrar a data, nada melhor do que uma dose excessiva do ritmo. Artistas que respiram o frevo o ano todo foram escalados para cantar no Marco Zero: André Rio, Alceu Valença e Elba Ramalho.
Para fechar com estilo, o Orquestrão, comandado pelo maestro Spok, que reúne cerca de 200 músicos, fará os foliões mais resistentes frevarem até amanhã, quando as primeiras horas da Quarta-feira de Cinzas chegarem. A promessa é de, mais uma vez, haver um grande arrastão pelo Recife Antigo com a presença do Homem da Meia Noite. A noite de shows começa com a Orquestra do maestro Edson Rodrigues, um dos experientes mestres do ritmo.
Cinquenta anos atrás, em 1966, ele ganhou um concurso de músicas carnavalescas com o frevo de rua Duas Épocas, o primeiro dentre tantos que compôs. Durante muitos anos o músico tocou sax na Orquestra de Nelson Ferreira. Na sequência, Geraldinho Lins, depois André Rio, assumem a tarefa de embalar os foliões. O “bicho vai pegar” com Alceu Valença e Elba Ramalho. “O orquestrão é uma grande celebração ao ritmo onde reúno músicos e maestros da velha e da nova geração que tocam o frevo”, diz Spok, que acabou de lançar um documentário sobre o orquestrão.
Vinte agremiações que passarem hoje em frente ao Paço do Frevo, no Bairro do Recife, receberão da prefeitura a placa Evandro Rabello, como homenagem ao ritmo que embala os carnavais da capital há 109 anos. A placa recebe o nome de Evandro Rabello devido aos serviços prestados do carnavalesco ao frevo pernambucano. Um estudioso das manifestações da cultura popular, ele constatou que a palavra “frevo” foi publicada pela primeira vez na imprensa numa notinha sobre um ensaio dos Empalhadores do Feitosa, no Jornal Pequeno, no dia 9 de fevereiro de 1907.