PÓS-CARNAVAL

Maestro Forró arrasta moradores da Bomba do Hemetério no Todos São Maestros

Há 14 anos, sempre no domingo pós-folia, a turma reúne-se para reger a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério (OPBH)

Da editoria de Cidades
Cadastrado por
Da editoria de Cidades
Publicado em 15/02/2016 às 7:00
André Nery/JC Imagem
FOTO: André Nery/JC Imagem
Leitura:

A brincadeira é assim: rege quem quer, obedece todo mundo. É nesse clima que, há 14 anos, o Maestro Forró – homenageado do Carnaval do Recife neste ano – arrasta os moradores da Bomba do Hemetério, Zona Norte do Recife, no encontro Todos São Maestros.

Sempre no domingo pós-folia, a turma reúne-se para reger a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério (OPBH). Não é preciso ser músico nem entender de música para candidatar-se.

“É uma grande confraternização. Eu só rejo mesmo o começo e o final. Não tem a ver com tocar bem ou tocar mal, tocar pouco ou tocar muito. A ideia é se divertir”, garante Francisco Amâncio da Silva, o Maestro Forró.

Os foliões começaram a encarnar o papel de maestro às 14h, concentrando-se em frente à sede da OPBH. O desfile teve início por volta das 15h, percorrendo das ruas mais largas às mais estreitas. A cada quadra, o grupo ganhava novos integrantes.

Forró colocava as mãos para cima, empinava a barriga para frente – com o jeito teatral que lhe pertence – e, literalmente, convidava as pessoas a correrem pelo bairro.

No repertório, clássicos e releituras do frevo sob a batuta dos próprios foliões. O evento é o momento que moradores e fãs do maestro têm para, entre uma canção e outra, abraçá-lo, trocar uma ideia e tirar fotos.

É a prova de que a influência da OPBH na comunidade vai além da música. Formada em 2002, a orquestra possui mais de 20 integrantes. Surgiu do desejo de Forró de articular os músicos de sua própria comunidade. 

O pequeno Heitor Miranda, de 4 anos, estava lá, devidamente fantasiado de Maestro Forró, com a mãe, a professora da rede municipal Márcia Sena. Ela, que também é etnomusicóloga, conta que desde um ano de idade o filho é fã de Francisco Amâncio.

“Ele assiste aos DVDs como se estivesse vendo qualquer filme. Rege em casa, quer ficar de cabeça para baixo. Enquanto os amigos estão fantasiados de super-herói, ele pede para se vestir de Maestro Forró”, conta.

Quando soube, o regente presenteou o menino com uma roupa igual a dele. No Carnaval, Heitor subiu ao palco do Marco Zero no show de Forró.

"Forró deixa de ser regente e cada um se transforma um pouquinho em maestro", diz a administradora Maria Anacleta Leite, que arriscou reger a OPBH. O marido, Ubiratan Simão é integrante da orquestra desde a fundação.

"Nunca vi uma confusão ou uma briga no Todos São Maestro. Bonito era também quando Forró trazia a mãe dele de cadeira de rodas", recorda Maria de Lourdes, 76 anos, moradora da Bomba do Hemetério há 20 anos.

André Nery/JC Imagem
Maestro Forró arrasta moradores da Bomba do Hemetério no Todos São Maestros - André Nery/JC Imagem
André Nery/JC Imagem
Maestro Forró arrasta moradores da Bomba do Hemetério no Todos São Maestros - André Nery/JC Imagem
André Nery/JC Imagem
Maestro Forró arrasta moradores da Bomba do Hemetério no Todos São Maestros - André Nery/JC Imagem
André Nery/JC Imagem
Maestro Forró arrasta moradores da Bomba do Hemetério no Todos São Maestros - André Nery/JC Imagem
André Nery/JC Imagem
Maestro Forró arrasta moradores da Bomba do Hemetério no Todos São Maestros - André Nery/JC Imagem
André Nery/JC Imagem
Maestro Forró arrasta moradores da Bomba do Hemetério no Todos São Maestros - André Nery/JC Imagem
André Nery/JC Imagem
Maestro Forró arrasta moradores da Bomba do Hemetério no Todos São Maestros - André Nery/JC Imagem
André Nery/JC Imagem
Maestro Forró arrasta moradores da Bomba do Hemetério no Todos São Maestros - André Nery/JC Imagem

Últimas notícias