O Carnaval de 2020 registrou um saldo de 34 homicídios, o que indica ser o menor índice desde 2004, quando foi implantada a atual metodologia de coleta e análise dos homicídios no Estado. Até então, a maior festa pernambucana não havia registrado um número mais baixo dos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs). As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (26) pelo Governo de Pernambuco.
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Entre a 0h do Sábado de Zé Pereira (22) e a meia-noite da terça-feira (25) de Carnaval, foram cerca de 34 homicídios, 45% de redução em relação mesmo período momesco de 2019, quando 62 pessoas foram assassinadas.
Considerando o mesmo recorte, 2020 teve uma redução de violência substancial em relação a todos os carnavais de Pernambuco:
- 2019 (62 mortes)
- 2018 (62)
- 2017 (79)
- 2016 (50)
- 2015 (66)
- 2014 (54)
- 2013 (48)
- 2012 (53)
- 2011 (52)
- 2010 (70)
- 2009 (69)
- 2008 (48)
- 2007 (69)
- 2006 (77)
- 2005 (63)
- 2004 (66)
Em comparação aos dois carnavais menos violentos da série histórica (2013 e 2008, ambos com 48 CVLIs), a diminuição é de 29%.
Os Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVPs) também sofreram uma redução histórica. Este foi o Carnaval com menos roubos dos últimos 7 anos. Entre a 0h do sábado e a meia-noite da terça-feira (25), houve 674 CVPs, contra 1.135 no mesmo período de 2019 - a diminuição foi, portanto, de 41%.
Confira o quantitativo de roubos para os demais anos
- 2018 (1.301 roubos);
- 2017 (1.418)
- 2016 (1.247)
- 2015 (925)
- 2014 (735)
O secretário de Defesa Social do Estado, Antonio de Pádua afirma que o planejamento de segurança para o Carnaval 2020 foi "bem feito". Os estudos foram iniciados em agosto de 2019. "Foram mais 56 mil postos de trabalho ativados em todo o Estado, com um investimento de R$ 10,2 milhões do Governo do Estado. Quero agradecer ao governador Paulo Câmara, que não mediu esforços na disponibilização dos recursos necessários, e aos servidores que trabalharam enquanto o folião brincava. É preciso salientar que, além de proteger vidas e pessoas da violência, as forças policiais, com sua presença nas ruas, acompanhando quase 3 mil blocos e agremiações e prendendo quem praticou crimes, levou tranquilidade e sensação de segurança aos foliões e também àqueles que preferiram curtir o período no litoral ou distante dos polos”, avalia, lembrando que cerca de 600 prisões em flagrante foram realizadas durante a Operação Carnaval 2020.
Violência contra a mulher
Ainda no Carnaval de 2020, uma mulher foi vítima de CVLI. No mesmo período do ano passado, foram 4 casos.
Carnaval sem roubo em coletivos
Um destaque positivo foi que, no período de Carnaval, nenhum transporte coletivo foi assaltado, contra 9 no mesmo período de 2019. No mesmo recorte temporal, 349 celulares foram roubados, 36% menos em relação a 2019, quando foram subtraídos, de forma violenta, 545 aparelhos (ou 196 menos casos em comparação ao Carnaval passado). Quando analisamos os furtos de aparelhos, a queda foi de 26%: 861 este ano, contra 1.170 em 2019. Em números absolutos, 309 celulares deixaram de ser levados pelos criminosos.
“Fizemos, na véspera e durante o Carnaval, uma divulgação do programa Alerta Celular e um alerta para que a população colaborasse com a segurança, fazendo seu cadastro no sistema e também prestando queixa. Entre a quinta-feira da semana pré e a última quinta-feira, 8.112 celulares foram cadastrados. E resultados importantes chegaram: 110 telefones celulares foram recuperados pela Polícia neste Carnaval, contra 25 em 2019. Um aumento de 340% na recuperação, possibilitando a devolução aos verdadeiros donos. A confiança e a participação da sociedade são fundamentais para que o trabalho da segurança pública surta efeito”, destaca o secretário.
Veja como cadastrar seu aparelho no "Alerta Celular"
Ao acessar o site da SDS, clique no banner da ferramenta Alerta Celular. No formulário, o usuário precisa informar o número Identificador Internacional de Dispositivo Móvel (IMEI), que é uma série de códigos numéricos que todo aparelho possui, com registro na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Também é possível obter o número com uma consulta à nota fiscal ou à caixa do aparelho. Além disso, também é facilmente encontrado usando o teclado do próprio celular: basta digitar *#06#, que o código aparecerá na tela (uma série de 15 dígitos).
Atualmente, o programa possui, em seu banco de dados, 448 mil telefones cadastrados. Estimativamente, esse número representa em torno de 5% do total de celulares existentes em Pernambuco. É preciso ampliar esses registros para dar mais efetividade ao trabalho policial.