Ordem

Grande Recife determina 50% dos ônibus em horário de pico na greve

Paralisação começa a partir da 0h desta segunda (3)

JC Online
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Publicado em 30/06/2017 às 17:45
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Paralisação começa a partir da 0h desta segunda (3) - FOTO: Foto: Guga Matos/JC Imagem
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O Grande Recife Consórcio de Transportes emitiu uma notificação nesta sexta-feira (30) determinando que o Sindicato dos Rodoviários (STTREPE) mantenha 50% da frota de ônibus circulando em horários de pico e 30% nos demais, durante o período de greve da categoria, prevista para iniciar nesta segunda (3). No documento, a empresa diz que o serviço é "essencial" e "está sujeito ao princípio da continuidade do serviço público". A notificação foi entregue tanto ao STTREPE quanto ao sindicato que representa as empresas de ônibus da Região Metropolitana do Recife (Urbana-PE).

Fernando Bandeira, presidente da Urbana-PE, comentou que não vai entrar com petição para declarar ilegalidade da greve. "Se foi ilegal ou não quem decide é o Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Nós só vamos entrar, segunda-feira, com o pedido de julgamento do dissídio coletivo", disse. Já Benilson Custódio, até o fechamento desta matéria, sequer tinha conhecimento do assunto - não houve expediente no sindicato nesta sexta, em virtude da greve geral. 

As porcentagens mencionadas são amparadas nos artigos 9 a 112 da Lei 7.783/89, a Lei de Greves.

Greve

Deflagrada nessa quinta-feira (29), após assembleia, a greve começa a vigorar a partir da 0h de segunda (3) por tempo indeterminado. Ela ocorre em virtude das negociações salariais para o período de 2017-2018. Os rodoviários pleiteiam um reajuste de 7% no piso salarial e 25% no vale-alimentação, bem como que as empresas passem a bancar 20% do plano de saúde e garantam o emprego dos cobradores. Caso a proposta do sindicato fosse aceita, os motoristas, por exemplo, passariam a ganhar R$ 2.260,90 e o vale seria elevado para R$ 281,25.

De acordo com Benilson, foi oferecido somente 4% de aumento salarial, índice que Bandeira nega: "Não apresentamos proposta porque vimos que era impossível atender os pedidos da categoria". Bandeira culpou a falta de acordo a uma "disputa política que existe no sindicato", com "cada um puxando pra um lado"

"Você tem três sindicais ali. Tem a Força Sindical, que é do presidente (Benilson Custódio), tem a Central Única dos Trabalhadores (CUT), que é Roberto Carlos, e tem a CSPconlutas. Cada um puxa pra um lado e motoristas e população saem prejudicados", disse Bandeira, que ainda afirmou que o atual salário da categoria é o maior da região Nordeste. Atualmente, motoristas ganham R$ 2.113,01; cobradores, R$ 971,97; e ficais e despachantes, R$ 1.366,40. O vale-alimentação é de R$ 225.

Protesto surpresa

Nesta sexta, apesar do sindicato ter afirmado que não participaria da greve geral organizada por diversas centrais sindicais e movimentos sociais, um grupo fechou o encontro da Ponte Duarte Coelho com a Avenida Guararapes e a Rua do Sol. O tráfego, nos arredores, ficou bastante complicado e agentes da Autarquia de Trânsito e Transporte (CTTU) foram ao local para orientar motoristas. Por volta das 12h, o ato foi encerrado.

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