Os rodoviários encerraram por volta das 12h desta sexta-feira (30) o protesto que interrompeu a circulação de ônibus em parte do Centro do Recife. A manifestação endossou a greve geral, deflagrada por centrais sindicais para esta sexta, contra as reformas propostas pelo governo Temer.
O protesto teve início por volta das 6h40, quando rodoviários pararam os veículos na Ponte Duarte Coelho, Avenida Guararapes e Rua do Sol. O protesto vai contra a decisão do (STTREPE) de não aderir à paralisação desta sexta-feira. Nessa quinta-feira (29), o sindicato decidiu não paralisar em respeito à decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT), que ordena que rodoviários garantam o mínimo de circulação durante greve geral.
12h13 Protesto dos rodoviários começa a liberar as vias do Centro do Recife pic.twitter.com/KPuMLt4x1j
— JCTrânsito (@jctransito) 30 de junho de 2017
Com o protesto, o trânsito na Avenida Conde da Boa Vista ficou complicado no sentido Cidade. A Ponte Maurício de Nassau também ficou engarrafada. Houve agentes da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) para orientar os motoristas no local. De acordo com a CTTU, a alternativa para os motoristas foi seguir a Rua do Príncipe para chegar à Ponte Princesa Isabel.
Paralisação na segunda-feira
A partir da 0h de segunda-feira (3), os rodoviários deverão cruzar os braços por tempo indeterminado. É o que afirma o presidente do sindicato que representa a classe (STTREPE), Genildo Pereira. A medida acontece após cinco tentativas de frustradas de negociação salarial. Genildo explica que não houve conciliação em torno do dissídio coletivo com a Urbana-PE, sindicato que representa as empresas de ônibus. “Não houve consenso. Após cinco rodadas de negociação, fizemos uma assembleia geral e a categoria decidiu pela greve. A priori, a paralisação será de 100%”, diz.
A proposta final do sindicado é de reajustes de 7% no piso salarial e 25% no ticket alimentação, assim como a manutenção dos cobradores nos ônibus. De acordo com Aldo Lima, rodoviário da oposição e integrante do movimento CSPconlutas, foi oferecido apenas 4% de aumento. Procurada pelo JC para comentar o assunto, a Urbana-PE afirmou não ter sido notificada oficialmente da decisão da categoria.
Atualmente, motoristas ganham R$ 2.113,01; cobradores, R$ 971,97; e ficais e despachantes, R$ 1.366,40. O vale-alimentação passou de R$ 205 para R$ 225, sendo pago também durante as férias. O reajuste foi de 9,5% e aceito após seis rodadas de negociação. Se a proposta do sindicato (7% sobre o salário e 25% sobre o vale-alimentação) fosse aceita, os motoristas, por exemplo, passariam a ganhar R$ 2.260,90; e o vale seria elevado para R$ 281,25.