Após anos de descaso público e abandono, a passarela sobre a BR-101, em frente ao Hospital das Clínicas (HC), na Cidade Universitária, Zona Oeste do Recife, será demolida. De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a demolição deve acontecer ainda este mês, para dar lugar às obras de uma nova estrutura em concreto armado. A expectativa é de que a passarela comece a ser construída já no próximo semestre.
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A nova estrutura faz parte do projeto de requalificação da BR-101, desenvolvido pela Secretaria Estadual de Transportes, através do Departamento de Estradas de Rodagem de Pernambuco (DER). O custo total da intervenção é de R$ 192 milhões, provenientes dos cofres estaduais e federais. O DNIT informou que, no momento, espera a apresentação do projeto do DER para autorizar a execução do serviço.
A má conservação da passarela é um problema crônico e causa medo em quem precisa passar pelo local. “A situação é péssima. Eu prefiro atravessar a rua no meio dos carros do que arriscar passar pela passarela e correr o risco de cair na pista”, desabafa a vendedora Ana Lúcia Marcelino, de 23 anos. Quem se aventura a utilizar a estrutura, muitas vezes precisa se segurar nas grades laterais, já que o piso, além de esburacado e enferrujado, também é instável.
Os problemas também podem ser observados no acesso à passarela. As escadas estão enferrujadas e, em alguns trechos, têm ferros soltos. Quem opta pelos elevadores, encontra um piso igualmente enferrujado, parecendo prestes a ceder. Além da má conservação, os elevadores funcionam em horário limitado: de segunda a sexta-feira, das 6h às 18h.
O JC esteve no local em fevereiro do ano passado e denunciou a situação. Na época, o DER informou que a passarela passava por obras de restauração desde novembro de 2016 e que os reparos seriam concluídos no primeiro semestre de 2017, com custo de R$ 460 mil. Mais de um ano depois, o cenário é o mesmo. Das obras, resta apenas a placa quebrada no chão. O órgão foi questionado sobre o valor gasto já gasto e sobre a situação das obras, mas não se pronunciou sobre o assunto.
A auxiliar de farmácia Rosélia Salustiano, 62, é moradora da Cidade Universitária e garante que a passarela não passa por uma intervenção de grande porte há anos. “O que fazem por aqui são apenas reparos paliativos. E isso só quando o caso vai parar na imprensa. Sempre ouvimos sobre pessoas que chegam a se machucar, porque a passarela é perigosa. Alguns buracos são tão grandes que se uma pessoa pisar pode acabar prendendo o pé”, reclama.
SEMÁFORO
Enquanto a nova construção não fica pronta, o DNIT está programando a instalação de um semáforo no trecho. O órgão informou apenas que a mudança começará a ser implementada “nos próximos dias” e que divulgará os detalhes operacionais através da imprensa em breve.