A ausência dos agentes de trânsito nas esquinas deixa de ser certeza de impunidade para infratores de plantão em vias dos bairros de Nova Descoberta (Zona Norte), Afogados (Zona Oeste), Brasília Teimosa e Ibura (Zona Sul), a partir de hoje. A fiscalização de quatro novos pontos da cidade passaram a ser feitas, via videomonitoramento, de dentro da Central de Operações de Tráfego (COT) da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), em Santo Amaro, na área Central do Recife. Com isso, diversos tipos de multas são aplicados em tempo real, especialmente estacionamento irregular em área de carga e descarga.
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Em Nova Descoberta, o equipamento está na Rua Nova Descoberta no cruzamento com a Rua Vereador Otacílio de Azevedo. No Ibura, ele fica na UR-5, na Rua Expedicionário Francisco Vitoriano. Em Brasília Teimosa, na Rua Arabaiana. E em Afogados, na Rua do Acre com a Estrada dos Remédios. Outras dez câmeras de videomonitoramento já funcionam em outros pontos da cidade. Autorizado desde 2015 pela resolução 532 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), esse tipo de fiscalização começou no Recife em maio do ano passado e até o final de agosto contabilizou 5.862 infrações.
“O objetivo não é multar, mas coibir as infrações e vimos que as notificações reduziram nos pontos onde há fiscalização eletrônica, há uma mudança de comportamento, é muito eficaz. Quem ganha somos todos nós”, destaca a presidente da CTTU, Taciana Ferreira. Segundo ela, a demanda das comunidades tem sido grande, mas não há intenção de se ampliar a fiscalização por videomonitoramento porque, com ela, os agentes da COT precisam se dedicar exclusivamente às mesmas câmeras, quando há mais de 130 instaladas na cidade para monitorar o trânsito via central. “E o monitoramento é nossa prioridade”.
DEMANDAS
No JC Online, há registro de algumas demandas. “Eu não entendo porque dois pesos e duas medidas com relação a Afogados. Na Estrada dos Remédios é essa grande fiscalização com câmeras e agentes de trânsito fiscalizando, mas na Rua São Miguel é carro e caminhão estacionados em fila dupla a todo momento. O trânsito super congestionado”, relata Aderson Pereira.
“Deveria ter um embaixo do viaduto da BR 101, sentido dois irmão/Apitucos, aquilo ali é um transtorno, os caminhões principalmente do coletor de lixo, são um desrespeito só, invadem a pista contrária atrapalhando o trânsito”, diz Telma. Já Marcelo Martins reclama: “Por que a CTTU não utiliza essas câmeras para fazer mapeamento de buracos, ausência de sinalização e direcionar agentes para aonde requer mais fluidez? Os agentes não sabem orientar apenas cumprir suas cotas e a instituição só sabe multar”. A CTTU informa que chegou a registrar 87% de queda nas infrações em pontos fiscalizados.
LIMITAÇÕES
Nem todas as infrações, contudo, podem ser notificadas de forma remota. Aquelas que precisam ser validadas por equipamentos aferidos pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), como o excesso de velocidade, ou necessitam de abordagem dos agentes, a exemplo da falta de documentos obrigatórios, ficam de fora. Já estacionar irregularmente, formar fila dupla, fazer conversão proibida, conduzir motocicleta sem capacete e outras que dispensam a presença do guarda e aferições são passíveis de multa.
Por conta das limitações, os agentes de trânsito não são dispensáveis nas vias que recebem equipamentos, pois eles poderão focar em infrações diferentes das monitoradas pelos aparelhos. E é bom salientar que as câmeras têm zoom e um alcance de até 300 metros. A CTTU conta com 502 agentes.