Integrantes da Frente de Luta pelo Transporte Público de Pernambuco e da Articulação Recife pelo Transporte realizam, nesta quinta-feira (24), um protesto contra o aumento das passagens de ônibus na Região Metropolitana do Recife (RMR). O ato acontece na Avenida Guararapes, no Centro do Recife, próximo aos Correios. Os manifestantes são contra o possível aumento das passagens no Grande Recife, que deve acontecer após reunião do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), marcada para esta sexta-feira (25).
Os integrantes do ato bloquearam o trânsito a Avenida Guararapes, no cruzamento com a Rua do Sol. De lá, seguiram em passeata pela Avenida Guararapes, em direção ao Palácio do Campo das Princesas, que fica no bairro de Santo Antônio, também no Centro do Recife. Sete manifestantes foram recebidos por um integrante do Governo do Estado. Está marcado um novo protesto nesta sexta-feira (25), em frente à sede da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação, que fica no bairro da Iputinga, na Zona Oeste do Recife, às 7h30.
Aumento
A reunião do CSTM, que vai definir o reajuste nas passagens, acontece nesta sexta-feira (25). Enquanto o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE) defende um aumento de 16,18%, o Grande Recife Consórcio de Transporte sugere um reajuste de 7,07% no valor da passagem, em que o Anel A passaria dos atuais R$ 3,20 para R$ 3,45; o B, de R$ 4,40 para R$ 4,70; e o G, de R$ 2,10 para R$ 2,25. Já o Anel D, cuja tarifa é R$ 3,45, deixará de existir e as quatro linhas que o compõem passarão a ter como tarifa o Anel A.
A Frente de Luta pelo Transporte Público, por sua vez, sustenta que a proposta do Urbana-PE é acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial, que foi acumulado em 3,75% entre dezembro de 2017 e do ano passado, e está projetada em 4,01% em 2019.
No início do mês, as organizações, sob orientação do Centro Popular de Direitos Humanos (CPDH), ajuizaram ação popular na Justiça pedindo anulação dos aumentos tarifários dos anos de 2015, 2016 e 2017 e redução de 15% no valor da passagem que, no caso do Anel A, passaria para R$ 2,70. Entre as justificativas estão reajustes acima do IPCA e irregularidade da atuação do conselho.
MPPE
No último dia 16, o Ministério Público de Pernambuco abriu investigação sobre o funcionamento do CSTM durante o ano de 2018, com base nas denúncias de irregularidade. “Além da investigação, a reunião não deveria acontecer porque os conselheiros não foram empossados, aumentando a bola de neve de irregularidades. As decisões tomadas nessa reunião podem, inclusive, serem passíveis de anulação posterior”, alerta Tereza Mansi