Trânsito

A Via Crucis de quem trafega pela Cruz Cabugá, no Recife

A qualidade da via, que é uma das principais rotas de acesso ao Centro do Recife, vem sendo muito criticada pela população

Adige Silva
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Adige Silva
Publicado em 30/05/2019 às 13:28
Foto: Adige Silva/JC
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Buracos, obras, alagamentos e grandes engarrafamentos. Um rosário de críticas. Está é a Avenida Cruz Cabugá na opinião de motoristas e transeuntes. A via é uma das principais rotas de acesso ao Centro do Recife, tanto para quem vem do subúrbio, quanto para quem sai das cidades de Olinda e Paulista. 

Questionado sobre como era transitar pela Avenida, o microempreendedor José Neto foi taxativo: "dirigir na Cabugá está horrível". Ele passa pela via todos os dias e, de imediato, aponta a lentidão do tráfego como o motivo de tanto mal-estar. "O trânsito fica muito intenso por causa da velocidade dos veículos, devido aos buracos e trechos em obra", relata. Ainda segundo José, estes serviços são realizadas pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e contribuem para o agravamento da qualidade do asfalto da Avenida.

"Acredito que a Compesa tenha feito algum serviço de manutenção ou algo do tipo. A via ficou com buracos grandes, fazendo com que todos os veículos tenham que passar muito devagar. Pela manhã, chega a atrapalhar quem pega a Agamenon, ali no começo ", comenta o microempreendedor.

É justamente a má qualidade da via que preocupa o taxista Severino Luiz. "Ninguém pode andar rápido, porque cai nos buracos direto. E é uma 'buraqueira' por todo canto aqui", denuncia o taxista. Para Severino, a situação piora ainda mais quando chove. "Quando chove fica horrível, tudo alagado. Tudo cheio de água. A gente não pode passar porque é carro pequeno e a gente não sabe se tem um buraco grande na pista. Fica com tudo com medo de andar", explica o motorista.

O problema não atinge apenas os donos de carros. Quem anda de ônibus também reclama do trânsito da via. Vera Lúcia, de 50 anos, diz que perde três horas no congestionamento todos os dias. Ela mora no Ibura e trabalha em Olinda. "A gente que utiliza ônibus sofre porque tem que ir desse jeito, devagar quase parando, por causa desses buracos. A partir das 18h30, no percurso que eu faço, se eu largo às 18h, tô chegando às 21h", afirma.

Assim como José Neto e Severino, Vera questiona a qualidade do serviço realizado nas obras. "Não sei que trabalho eles fazem, acho que é um isopor. Parece uma areia e quando dá uma chuva já começa os buracos aparecerem", diz Vera.

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Congestionamento na entrada da Avenida Cruz Cabugá - Foto: Adige Silva/JC
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Buracos são vistos ao decorrer da pista - Foto: Adige Silva/JC
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'Gelos-Baiano ' que dividiam os sentidos da pista foram jogados para calçada - Foto: Adige Silva/JC
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Trânsito lento na Avenida Cruz Cabugá - Foto: Adige Silva/JC
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BRT tem dificuldade de manobrar pela via - Foto: Adige Silva/JC
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Obra no meio da via com a placa "Homens Trabalhando" - Foto: Adige Silva/JC
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Motoristas reclamam que buracos danificam os veículos - Foto: Adige Silva/JC
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Obras no decorrer da pista dificultam o trânsito - Foto: Adige Silva/JC

 

Acidente

No momento da apuração da matéria, a reportagem flagrou um acidente entre um carro e uma moto na via. Apesar do susto aos envolvidos, ninguém ficou gravemente ferido.

Júnior Santos é vendedor ambulante e vê cenas como esta com frequência. Ele relembra que presenciou um momento semelhante na semana anterior. "Teve uma situação que o carro bateu na moto. Um casal caiu". Junior afirma que os problemas citados pelos outros entrevistado acontecem há algum tempo. "É normal. Todo dia é essa poeira por causa das obras, todo dia fica cheio de água aqui. Tem um buraco grande ali", aponta o comerciante.

O que dizem os órgãos competentes

A Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), responsável pelo controle do tráfego no Recife, confirmou que a Avenida Cruz Cabugá tem passado por obras da Compesa e da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb). A CTTU comenta que foi notificada pelos órgãos e, com objetivo de reduzir os transtornos, os serviços estão sendo feitos durante a noite, com o apoio de agentes de trânsito "para auxiliar os condutores no local e diminuir o tempo de percurso".

O Jornal do Commercio entrou em contato com a Compesa, citada na matéria, mas não obteve retorno até o momento da publicação desta reportagem.

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