LIBERAÇÃO

Liberação da Ponte do Janga inacabada divide opiniões

Para ciclistas e pedestres, projeto não beneficiou quem não está de carro. Ponte segue liberada pelos próximos 10 dias

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Publicado em 15/10/2019 às 20:45
Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem
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Ao mesmo tempo que animou motoristas e comerciantes do entorno, a liberação da Ponte do Janga antecipou a preocupação de ciclistas e pedestres que não se sentem contemplados com as obras. O prazo para a pintura e colocação de faixas vai até dezembro, mas quem mora nos arredores teme que as dificuldades para cruzar a via permaneçam. Por lá, há muito tempo faltam faixas de pedestre e semáforos. Como nem a ponte nem o trecho duplicado estão sinalizados, equipes da Guarda Municipal se revezam para controlar a velocidade dos veículos e evitar acidentes. Até que a nova fase de recapeamento de um dos sentidos da via inicie, o que deve acontecer em 10 dias, o tráfego está liberado. 

As interdições que duraram mais de três anos atrapalhavam o comércio próximo da ponte. Clientes não tinham como estacionar direito e chegar lá, seja vindo de Paulista ou de Olinda, parecia ser uma saga. Com a pista liberada, a expectativa dos comerciantes é que o movimento volte a crescer. “As pessoas perdiam muito tempo tentando chegar ou sair daqui. Agora com o fluxo rápido, esperamos, inclusive, que cheguem novos clientes já que mais gente pode começar a usar esse caminho como rota alternativa”, torce Henrique Moura, dono de uma equipadora de automóveis. 

Enquanto carros, ônibus e motocicletas aproveitam o novo asfalto e passam em velocidade mais alta que a que costumavam passar quando tudo estava engarrafado e parcialmente interditado, pedestres se arriscam entre um veículo e outro para conseguir atravessar a PE-01, agora duplicada. Segundo eles, o problema é antigo e o medo agora é que a situação piore com a liberação. “Quem precisa atravessar não tem nenhuma segurança. O jeito era aproveitar o trânsito por causa da interdição, mas agora os carros passam rápido. Acidente aqui é comum, basta chegar cedo para encontrar sinais de batida e vidros quebrados pelo chão”, conta a comerciante Ruana Maiara da Rocha, que há cinco anos tem uma loja de artigos de gesso na Avenida Cláudio José Gueiros Leite. Grávida, Ruana disse já ter passado mais de 10 minutos para conseguir cruzar a via. “Aqui pedestre não tem vez”.

Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Para ciclistas e pedestres, projeto não beneficiou quem não está de carro - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Para ciclistas e pedestres, projeto não beneficiou quem não está de carro - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Para ciclistas e pedestres, projeto não beneficiou quem não está de carro - Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem
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Para ciclistas e pedestres, projeto não beneficiou quem não está de carro - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Para ciclistas e pedestres, projeto não beneficiou quem não está de carro - Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem
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Previsão para a sinalização

A previsão é que a última etapa de obras estruturais seja finalizada em 30 de novembro. Depois disso, tem início a sinalização, que deve ficar pronta até 15 de dezembro, segundo a Prefeitura de Paulista. Vão ser colocadas placas, o asfalto será pintado, mas, até agora, não há previsão de instalação de semáforos ou soluções que atendam os anseios dos ciclistas, que se sentem esquecidos pelo projeto da nova Ponte do Janga. Com a duplicação, as faixas para veículos aumentaram, mas pedestres precisam dividir as calçadas com quem está passando de bicicleta. Mesmo não achando certo, eles se dizem sem opções. “O povo reclama, mas o que eu vou fazer? Não vou passar pela pista para os carros colocarem por cima e eu ser atropelado”, argumenta o autônomo Adolfo Frederico Lopes, que passa pelo local mais de uma vez ao dia. 

Para o ciclista e voluntário da ONG Bike Anjo Paulista, Paulo Pontes, a falta de uma estrutura que contemple as bicicletas faz com que o projeto vá de encontro à Lei 12.587, de mobilidade urbana. “A legislação diz que os transportes não motorizados devem ser priorizados em detrimento dos motorizados. Nós tentamos, soluções foram levadas, mas eles (Prefeitura e Departamento de Estradas de Rodagem) negaram”, lembra. Enquanto nenhuma outra alternativa é dada, o grupo criou uma petição online para arrecadar assinaturas e pressionar o Poder Público para a criação de uma ciclovia na PE-01. “Sabemos que, se isso não foi feito agora, não vai ser feito mais nunca. Precisamos antes que as obras sejam entregues”. O abaixo assinado pode ser acessado virtualmente pelo site www.secure.avaaz.org

Questionada, a Prefeitura não respondeu sobre a possibilidade de implementação de semáforos no trecho. Com relação à criação de uma ciclovia, a assessoria informou que não estaria dentro das possibilidades, tendo em consideração a largura da via. A reunião que discutiria a situação do trânsito na via junto com a administração de Olinda, marcada para esta terça-feira (15), foi adiada para a próxima quinta-feira (17).

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