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Após longo atraso, Ponte do Janga é inaugurada com pompa, circunstância e muitas queixas

População, que praticamente não apareceu na cerimônia, seguiu criticando o atraso

JC Online
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Publicado em 13/12/2019 às 12:53
Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem
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Após quatro anos de atraso, foi inaugurada oficialmente nesta sexta-feira (13) a Ponte do Janga, um dos equipamentos mais aguardados da cidade de Paulista, no Grande Recife. Muitas autoridades estiveram presentes, como o governador Paulo Câmara (PSB) e o prefeito de Paulista, Junior Matuto (PSB). A população, maior beneficiada com a obra, praticamente não apareceu. E quem estava nos arredores se queixou de um problema recorrente em várias obras viárias: a falta de prioridade para o pedestre.

Enquanto estava no local, a reportagem do Jornal do Commercio registrou vários motociclistas reclamando da demora na entrega da obra. Os gritos eram contantes. "Eu moro em Pau Amarelo e passo por esta ponte todo dia. A gente enfrenta muito engarrafamento, mas acho que vai melhorar com o fim da obra. Tava muito ruim, todo dia saía de 6h de casa para chegar às 9h. Trabalho em uma padaria em Jardim São Paulo. Eu antigamente ia de ônibus, de integração em integração, mas há oito meses comprei uma moto por causa do trânsito. Eu tinha que pegar dois ônibus e demorava muito", se queixou Geraldo da Silva, 38 anos, que trabalha com serviços gerais. 

 

O mesmo sentimento tem Hugo Carapeba, 30, administrador, que transita todos os dias pelo trecho. "Acho que este fim da obra vai ser muito bom para todo mundo, apesar da demora. Antigamente eu demorava de 30 a 40 minutos para passar por aqui, mas agora acho que vai reduzir este tempo para cinco minutos", opinou.

Políticos também celebraram fim da obra

O governador Paulo Câmara afirmou que ficou satisfeito com a entrega da obra e ressaltou que é preciso buscar melhorias contínuas na mobilidade do Estado. O político atribuiu o longo atraso na entrega do projeto ao momento econômico do País. 

"É uma obra necessária, realmente durou mais do que nós gostaríamos. O momento de crise que passou o Brasil fez com que os investimentos públicos tivessem restrições, mas a gente conclui e agora é ver outras ações que possam ser concluídas para melhorar as condições de vida do povo de Paulista, de Olinda e toda RMR", ressaltou o governador. 

O prefeito do município, Junior Matuto (PSB), também culpou a crise no Brasil pelo atraso da obra, mas afirmou que a população entendeu a situação. "O povo não perdeu a esperança e entendeu que era momento de crise. Os prefeitos e estados estavam preocupados em fechar as contas, em pagar a folha de pagamento, mas aí chegou o grande dia. Hoje, depois de 40 anos, temos uma obra de infraestrutura que vai mudar a realidade, não apenas do ir e vir das pessoas que moram aqui na região das praias, mas também na dinâmica da praia propriamente dita, do turismo que frequenta a praia do Paulista", argumentou.

Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem
População pouco participou de cerimônia de inauguração da Ponte do Janga - Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem
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Obra da duplicação da Ponte do Janga, que tem 200 metros de extensão - Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem
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Governador Paulo Câmara participou de cerimônia de inauguração da Ponte do Janga - Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem
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Governador Paulo Câmara participou de cerimônia de inauguração da Ponte do Janga - Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem
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Ponte do Janga tem 200 metros de extensão - Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem

 

Sem ciclofaixa e pouco espaço para os pedestres

Além das queixas sobre a demora da conclusão da obra, outra crítica sobre o projeto é a não inclusão de uma malha cicloviária e o pouco espaço para o trânsito de pedestres. Sobre isso, o Secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos do Paulista, Pedro César, argumentou que os espaço físico do local impediu a instalação de uma ciclofaixa. 

"Na verdade, houve sim a iniciativa de se fazer uma ciclofaixa, contudo é preciso respeitar as normas mínimas do Contran e do Denatran, foi submetido um projeto ao DER, os técnicos do DER negaram a implantação, porque não cabia nas normas. A faixa de meio-fio a meio-fio, a calha da via não cabia a implantação de uma ciclofaixa", explicou.

Sobre a reivindicação dos pedestres, o secretário afirmou que há um estudo para a instalação de câmeras, mais faixas, radares e lombadas eletrônicas, com objetivo de fornecer mais segurança aos transeuntes. "Está sendo feito um estudo, junto com o DER, também tem a opção das câmeras da prefeitura, está sendo, no momento, a pauta, para colocar redutores de velocidade e também mais semáforo ou mais faixa de pedestres. Este é o próximo passo, em conjunto com o DER", finalizou. 

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