Fiscalização

Pernambuco dá parecer favorável ao uso do 'Drogômetro' nas fiscalizações de trânsito; veja como funciona

Equipamento é capaz de detectar substâncias psicoativas como maconha, cocaína e anfetaminas

Adige Silva
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Adige Silva
Publicado em 16/12/2019 às 17:47
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Equipamento é capaz de detectar substâncias psicoativas como maconha, cocaína e anfetaminas - FOTO: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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O detector de substâncias psicoativas, conhecido popularmente como 'Drogômetro', poderá ser usado nas fiscalizações de trânsito em Pernambuco. Após testes realizados em setembro deste ano, durante blitz da Operação Lei Seca, a Secretaria de Estadual de Saúde (SES) sinalizou positivamente para a utilização do equipamento no Estado. O Drogômetro é um dispositivo, semelhante ao 'Bafômetro', que tem o objetivo de detectar se o condutor está dirigindo sobre efeito de drogas.

Apesar de aprovado, não há uma data específica para o início da utilização do equipamento nas vias pernambucanas, já que o governo do Estado aguardará uma sinalização Federal para implantação do equipamento. Isso porque os testes realizados em Pernambuco, durante três dias no mês de setembro, não foram promovidos pelo Governo Federal, mas em uma inciativa entre o governo de Pernambuco e a empresa fornecedora do equipamento.

A reportagem do Jornal do Commercio entrou em contato com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, pasta chefiada pelo ministro Sergio Moro, para saber se haveria um prazo para o início utilização do equipamento no País. Por meio de nota, o ministério afirmou que lançará um edital, em 2020, para que os fabricantes apresentem, sem custos, os seus equipamentos para realização de uma pesquisa oficial em todo território nacional.

O órgão também afirmou que o início destes testes dependerá da seleção dos equipamentos e do treinamento dos agentes responsáveis pelo manuseio dos mesmos. Cumpridas estas etapas, também será necessária a regulamentação dos dispositivos por parte do Conselho Nacional de Trânsito (CONATRAN), do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) e do Instituto Nacional de Metrologia (INMETRO).

Como funciona o Drogômetro?

A reportagem do JC apurou que o equipamento utilizado nos testes em Pernambuco foram fabricados pela empresa de diagnóstico Orbitae, que confirmou a informação. De acordo com o diretor comercial da empresa, Rodrigo Silveira, os testes foram realizados no Recife e em Olinda, além de outras cidades do Brasil. "Fizemos testes sim. Em Brasília, Goiás, em Olinda e Recife, na Grande Belém (PA), Belo Horizonte (MG). Também estamos nos preparando na Grande Vitória (ES) e Curitiba (PR), que são as cidades do projeto anticrime do Ministro Sergio Moro", afirmou o diretor.

O equipamento funciona de forma semelhante ao já usado "Bafômetro", que detecta a ingestão de bebidas alcoólicas. A diferença dos equipamentos é que o Drogômetro da empresa utiliza a análise do suor da impressão digital, que consegue detectar picoramas por meio de um leitor. De acordo com o diretor, o resultado da análise fica pronto em até 10 minutos, dando positivo ou negativo para até quatro substâncias psicoativas e seus derivados.

As substâncias que podem ser detectadas e seus derivados são: maconha (Haxixe, Carboxy), cocaína (Benzoilecgonina, Crak), anfetaminas (Ecstasy, MDMA, MDA, Metanfetamnia, Anfeoramona, Mazindol, Femproporex) e opiáceos (Morfina, Acetilmorfina, Codeína).

Sem multas ou apreensões

Como o equipamento não é regulamentado, os condutores que foram flagrados pelo dispositivo não sofreram punição. De acordo com a SES, os mesmos foram apenas orientados a não dirigirem mais e chamarem outra pessoas para conduzir os veículos. O mesmo procedimento deverá ser adotado nos testes oficiais promovidos pelo Ministério da Justiça, conforme informou a assessoria da pasta. 

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