O presidente do Sindicato Profissional dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem de Pernambuco (Satenpe), Francis Hebert, foi detido por desobediência na noite dessa quarta-feira (12), durante protesto da categoria, que durou cerca de 12 horas e parou o trânsito na Avenida Agamenon Magalhães, no bairro do Derby, área Central do Recife, e adjacências. O homem foi detido após confronto entre o Batalhão de Choque da Polícia Militar e os manifestantes.
De acordo com a Polícia Civil, a prisão de Francis Hebert ocorreu após a determinação judicial para que a Agamenon Magalhães fosse liberada e por ele não ter acatado a determinação. O presidente do Satenpe foi encaminhado para a Central de Plantões da Capital, no bairro de Campo Grande, Zona Norte do Recife, onde prestou depoimento, assinou o Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e foi liberado. Na manhã desta quinta-feira (13), os técnicos e auxiliares de enfermagem voltam a se reunir para decidir o futuro do movimento.
A categoria possui, na lista de reivindicações, reposição salarial baseada nos últimos dez anos de inflação, isonomia salarial, adicional noturno, adicional de insalubridade, quinquênio e atualização do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos. Os profissionais decretaram greve no último dia 30 de janeiro, quando iniciaram os atos. A manifestação foi a oitava realizada pelo grupo.
Na noite dessa quarta, o desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Evandro Magalhães Melo, determinou o retorno imediato da categoria ao trabalho e o fim da greve. De acordo com a decisão, que é dirigida ao Satenpe e ao Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Pernambuco (Seepe), também está proibido o bloqueio de via pública, sob multa de R$ 30 mil por dia caso haja descumprimento. A liminar atendeu ao pedido da Procuradoria Geral do Estado de Pernambuco (PGE-PE).
Entenda o caso
O protesto teve início por volta das 8h, em frente ao Hospital da Restauração, o que deixou o trânsito travado na Avenida Agamenon Magalhães, no sentido Boa Viagem. Por volta das 20h, o Batalhão de Choque utilizou bombas de efeito moral e determinou a saída dos manifestantes. O presidente do Satenpe foi levado em uma viatura e uma manifestante precisou de atendimento médico por causa do uso de spray de pimenta. Após o confronto, em assembleia improvisada no estacionamento do hospital, a categoria decidiu voltar a se reunir nesta quinta (13). Durante o dia, segundo o Sindicato, houve quatro reuniões com representantes da Secretaria de Saúde do Estado (SES) e de Administração.
Em nota, as secretarias de Saúde e de Administração informaram ter mantido o diálogo aberto com a categoria para debater as reivindicações. "Apesar do cenário macroeconômico nacional, no período de 2015 a 2019, o governo do Estado realizou diversas ações priorizando as áreas de Educação, Saúde e Segurança. Em relação ao quadro de pessoal técnico-administrativo da SES, nesse período, foram nomeados quase oito mil novos servidores. Foram também realizadas 11 reuniões de mesas específicas de negociação, além de outras 30 reuniões de mesa geral com as respectivas entidades representativas de classe", diz um trecho do texto.