Transporte

Um dia após acidente, passageiros se dizem temerosos de andar no metrô do Recife

A linha Centro, afetada pelo acidente, voltou a funcionar na noite dessa terça, por volta das 19h

Mayra Cavalcanti
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Mayra Cavalcanti
Publicado em 19/02/2020 às 10:14
Foto: Bruno Campos/JC Imagem
Metroviários argumentam que os problemas no sistema de sinalização são comuns e nada é feito para resolver o problema - FOTO: Foto: Bruno Campos/JC Imagem
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O clima na estação Central do metrô do Recife, no bairro de São José, no Centro da capital pernambucana, era de medo entre os passageiros na manhã desta quarta-feira (19). Um dia após o acidente que deixou pelo menos 60 pessoas feridas, devido à colisão entre dois trens na estação Ipiranga, os usuários do transporte relataram não se sentirem seguros dentro dos vagões. Apesar do sentimento, a movimentação é tranquila no local. A linha Centro, afetada pelo acidente, voltou a funcionar na noite dessa terça, por volta das 19h.

A faxineira Edileuza Alves, de 45 anos, saiu do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, em direção à estação Central do metrô. Para ela, o percurso foi de tensão. "Com certeza eu fiquei com medo. A gente veio com medo de acontecer novamente. Isso nunca aconteceu, mas mesmo assim abalou muita gente. Já vi o metrô quebrar e a gente ter que descer, caminhando pista afora. Acabo ficando com medo disso porque uma vez eu não tinha dinheiro para a passagem de ônibus, por sorte uma amiga pagou para mim", relata a passageira.

Foto: Wellington Lima/JC Imagem
A colisão entre dois trens do Metrô do Recife aconteceu na manhã desta terça (18) - Foto: Wellington Lima/JC Imagem
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Estação Ipiranga, onde aconteceu o acidente que deixou mais de 60 feridos nesta terça-feira (18) - Foto: Wellington Lima/JC Imagem
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A colisão entre dois trens do Metrô do Recife aconteceu na manhã desta terça (18) - Foto: Bruno Campos/JC Imagem
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A colisão entre dois trens do Metrô do Recife aconteceu na manhã desta terça-feira (18) - Foto: Bruno Campos/JC Imagem
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A colisão entre dois trens do Metrô do Recife aconteceu na manhã desta terça (18) - Foto: Bruno Campos/JC Imagem
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A colisão entre dois trens do Metrô do Recife aconteceu na manhã desta terça (18) - Foto: Wellington Lima/JC Imagem
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A colisão entre dois trens do Metrô do Recife aconteceu na manhã desta terça (18) - Foto: Wellington Lima/JC Imagem
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A colisão entre dois trens do Metrô do Recife aconteceu na manhã desta terça (18) - Foto: Wellington Lima/JC Imagem
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A colisão entre dois trens do Metrô do Recife aconteceu na manhã desta terça (18) - Foto: Wellington Lima/JC Imagem

O aposentado José dos Santos, de 77 anos, costuma andar de metrô todos os dias. Ele sempre pega o transporte na estação Tejipió, na Zona Oeste do Recife. José conta que, nesta quarta-feira, evitou pegar o último vagão, com receio de que algo ocorresse. "Eu estou evitando o último vagão, porque quem ficou nele ontem se machucou mais. Eu não cheguei a ficar com medo, mas preferi evitar esse último vagão", comentou. Para a comerciante Denise Silva, de 48 anos, a probabilidade de algum acidente ocorrer é baixa, por isso, não há motivo para medo.

"Não tive medo não. Claro que o acidente é preocupante. Eu venho de Prazeres para cá e não fiquei com medo porque é muito raro acontecer", disse. A estudante Natália Bandeira, de 33 anos, veio da cidade de Rio Formoso, no litoral Sul de Pernambuco, para comprar adereços para o Carnaval. Ela diz que foi assustador utilizar o transporte nesta quarta. "Toda hora eu tava querendo sentar porque, se acontecesse alguma coisa, pelo menos eu tava sentada. A gente fica apreensivo mesmo, fica com medo. Mas graças a Deus deu tudo certo", acrescenta.

A jovem afirma que os problemas do metrô são frequentes. "É muita gente, tem os ambulantes, fica aquele barulho, empurra-empurra. Eu não uso diariamente o serviço, mas sempre que estou aqui no Recife eu utilizo. É frustante, a gente fica à mercê. E as passagens sempre aumentando. Serviço de qualidade não existe", completa.

Acidente deixou pelo menos 60 feridos

Era para ser um dia normal. Mas, para os passageiros do metrô do Recife, o que deveria ser uma exceção, virou regra. Na manhã dessa terça-feira (18), o cenário dos frequentes transtornos com trens quebrados, estações fechadas e falhas nos mais diversos setores, deu lugar ao pânico, correria, usuários feridos, ambulâncias e paralisação da Linha Centro. Isto aconteceu devido ao choque entre dois trens, na estação Ipiranga, que ocorreu por volta das 5h40 e pelo menos 60 passageiros precisaram ser socorridos.

Segundo testemunhas, os dois trens seguiam em direção à Estação Recife. Um deles, que veio do ramal Camaragibe, estava parado na plataforma. O outro, do ramal Jaboatão, acabou colidindo na traseira do primeiro. Passageiros ficaram feridos. Alguns chegaram a cair dentro das composições e a desmaiar, devido ao tumulto. Equipes do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionadas. Aproximadamente 30 pessoas foram socorridas pelos Bombeiros, enquanto 37 foram pelo Samu, que enviou onze viaturas ao local.

A maioria das 64 vítimas do acidente já receberam alta dos hospitais para onde foram encaminhadas. No entanto, quatro ainda estão internadas na manhã desta quarta-feira (19), em observação. As informações são da Secretaria de Estado do Saúde (SES).,

Operação normal nesta quarta

Depois de um dia de transtornos e paralisação na linha Centro do metrô do Recife, a operação, na manhã desta quarta-feira (19), está normalizada. Segundo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), os trens da linha Centro voltaram a circular na noite dessa terça-feira (18), por volta das 19h. O sistema estava parado desde as 5h30 da terça.

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