As Casas de Estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) deveriam ser um amparo para quem vem do Interior estudar na instituição, mas, por causa de problemas nas reformas, tornaram-se uma dor de cabeça constante para os moradores.
Uma placa posta em frente à Casa de Estudante masculina, localizada dentro do Campus, informa que a obra, orçada em R$ 378 mil, começou em novembro de 2009 e deveria terminar em maio do ano passado. Entretanto, quase um ano depois, a reforma ainda se arrasta. No espaço – com três andares, 48 quartos, quatro banheiros e algumas salas, que deveriam funcionar como salas de estudo, mas sequer possuem mesas – moram 192 alunos.
“Foi usado material de baixa qualidade. As portas dos banheiros já estão quebradas, tem cômodo sem energia, deixaram pias furadas, fios expostos e, depois da reforma, começaram a aparecer infiltrações onde não tinham”, denuncia o estudante de licenciatura em música e morador do local há quase quatro anos, Mark Anderson Braz, 24.
Já na habitação feminina, localizada perto do prédio da Reitoria, vivem 80 alunas. Há um ano, elas saíram da casa para as obras iniciarem, mas nada ainda foi feito. Por enquanto, todas recebem um auxílio moradia de R$ 300. “A Universidade disse que iria consertar infiltrações e pontos de alagamento, colocar tomadas nos quartos, pintar e ampliar a quadra de esportes. Estamos com medo de perder a casa. Isso é desumano”, afirma a estudante de pedagogia e moradora do espaço há cerca de dois anos, Cybelle Montenegro, 33.
De acordo com a pró-reitora acadêmica da UFPE, Ana Cabral, os alunos da Casa de Estudante masculina não informaram ao órgão sobre os problemas na reforma. Além disso, garantiu que técnicos vão checar as irregularidades da parte elétrica e que a reforma será entregue no fim de junho. Sobre a moradia feminina, disse que a demora para iniciar a obra ocorreu porque as meninas resistiram pra sair do local. Ainda de acordo com Ana, a reforma deve começar na primeira semana de abril e terá até 120 dias para ser concluída.