canibalismo

Juíza de Olinda acata denúncia contra trio canibal

Trio vai responder judicialmente também pelo homicídio de uma terceira vítima

da Agência Estado
Cadastrado por
da Agência Estado
Publicado em 11/07/2012 às 18:24
Foto: Wenison Aubiérgio/JC Imagem
Trio vai responder judicialmente também pelo homicídio de uma terceira vítima - FOTO: Foto: Wenison Aubiérgio/JC Imagem
Leitura:

Preso desde abril, em Garanhuns, no agreste pernambucano, acusado da morte de duas mulheres, com requintes de violência, canibalismo e rituais macabros, o trio formado por Jorge Beltrão Negromonte Silveira, 50 anos, sua mulher Isabel Cristina Pires Silveira, 50, e sua amante Bruna Cristina Oliveira da Silva, 25 anos, vai responder judicialmente também pelo homicídio de uma terceira vítima, Jéssica Camila da Silva Pereira, ocorrido em 26 de maio de 2008, em Olinda.

A juíza de Olinda, Maria Segunda Gomes de Lima, acatou a denúncia oferecida pelo Ministério Público de Pernambuco e determinou a prisão preventiva dos três - mesmo eles já presos preventivamente pelos outros dois homicídios. A decisão garante que o trio permaneça encarcerado mesmo no caso de conseguirem um habeas corpus relativo aos crimes de Garanhuns. Os denunciados terão 10 dias para apresentar sua defesa preliminar.

Jéssica era moradora de rua. Tinha, então, 17 anos e uma filha de um ano e aceitou morar com os acusados. O casal, que não tinha filhos, planejou ficar com a criança depois de matar sua mãe. A criança está sob os cuidados do conselho tutelar desde que eles foram descobertos, em Garanhuns, onde Giselly Helena da Silva, 31 anos, e Alexandra Falcão da Silva, 20 anos, foram mortas, respectivamente, em fevereiro e março deste ano.

O assassinato de Jéssica foi quadruplamente qualificado: motivo fútil, dificuldade de defesa da vítima, meio cruel, ocultação de cadáver e subtração de menor. De acordo com a investigação policial, Jéssica foi imobilizada no banheiro da casa, e em seguida levou um corte de faca na jugular. Todo o seu sangue foi retirado com a ajuda de um garrote. Depois, seu corpo foi esquartejado e a pele retirada. A carne foi fatiada e guardada na geladeira. No dia seguinte, foi ingerida grelhada, depois de temperada com sal e cominho. A criança também comeu da carne da mãe. O resto foi enterrado em forma de cruz no quintal.

O processo em Garanhuns corre em segredo de justiça. O trio responde naquela localidade por duplo homicídio triplamente qualificado, estelionato, falsidade ideológica, falsificação documental e ocultação de cadáver. Na denúncia, o MP-PE informou os mesmos métodos utilizados na morte de Jéssica: os corpos das vítimas foram retalhados e enterrados na casa onde o trio residia no Bairro Petrópolis. Além de comer a carne humana, eles teriam utilizado parte da carne das vítimas para rechear coxinhas e salgadinhos que vendiam em Garanhuns.

Os acusados afirmam fazer parte da seita Cartel, que visa à purificação do mundo e o controle populacional - o que explica as vítimas do sexo feminino. A ingestão da carne faria parte do processo de purificação. O caso veio a público depois que parentes de Giselly Helena da Silva denunciaram o seu desaparecimento. Os suspeitos usaram o cartão de crédito da vítima em lojas de Garanhuns e foram localizados. Para a polícia pernambucana, não há possibilidade de outras mortes terem sido praticadas pelo trio no Estado, além das três pelas quais eles agora respondem na justiça.

Últimas notícias