O clamor ecoa por todas as partes da cidade. Do pedreiro da Zona Oeste ao estudante da Zona Sul. O entregador de água e o cicloativista da Zona Norte também querem dar o recado ao futuro gestor do Recife, Geraldo Júlio. “Prefeito, nós, ciclistas, queremos respeito e segurança no trânsito”. Na base da marra e persistência, eles vêm lutando pelo espaço que também é deles por direito. A voz dos cidadãos é respaldada pela pesquisa realizada pelo Instituto Maurício de Nassau, que revela medos e anseios dos ciclistas da capital e aponta uma estatística preocupante: 89,6% dos 623 entrevistados se sentem inseguros ao pedalar. O levantamento servirá de guia para o prefeito eleito conhecer o perfil do ciclista recifense e ajudá-lo na execução das políticas públicas.
Lazer e trabalho ocupam as primeiras posições, respectivamente, entre os motivos que levam os entrevistados a optar pelo uso da bike. Leandro dos Santos Ferreira, 29 anos, é pedreiro e mora no bairro da Mangueira, Zona Oeste do Recife. Todos os dias, ele vai trabalhar de bicicleta. “Já nasci pedalando”, brinca. Bem humorado, o pedreiro só muda o tom quando fala da via que percorre diariamente, a Avenida 21 de Abril, em Afogados. Criada em 2005, a Ciclofaixa Tiradentes, que faz a comunicação entre os bairros de Afogados, Mangueira, San Martin e Torrões, apagou-se faz tempo, restando nas ruas apenas as placas indicativas.
“A via aqui durou pouco. Me lembro que antes tínhamos uma área dos dois lados, mas o desrespeito era grande e motoristas estacionavam em cima. Depois, o tempo se encarregou de apagar e ninguém veio refazer a pintura. Por isso, não acredito em ciclovia”, afirma. “Meu pedido ao novo gestor é que faça campanhas de educação para os motoristas e dê orientações aos ciclistas, para não pedalarem na contramão, por exemplo”, opina Leandro, um dos que integram a lista dos que pedalam por condição e não por opção.
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