Madrugada do samba

Paulinho da Viola e Alcione lotam Praça do Marco Zero

Apesar do atraso, público fez questão de prestigiar o show dos dois artistas no Bairro do Recife

Cleide Alves
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Cleide Alves
Publicado em 12/02/2013 às 5:00
Foto: Priscilla Buhr / JC Imagem
Apesar do atraso, público fez questão de prestigiar o show dos dois artistas no Bairro do Recife - FOTO: Foto: Priscilla Buhr / JC Imagem
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Uma multidão de foliões encheu a Praça do Marco Zero na madrudada desta terça-feira (12) para ver de perto o carioca Paulinho da Viola e a maranhense Alcione. Os dois artistas levaram samba para o Bairro do Recife e provaram que têm fãs de carteirinha na capital do frevo. O público se espalhou pelas Avenidas Alfredo Lisboa, Rio Branco e Marquês de Olinda, cantando, dançando e tietando.

Alcione, animada e comunicativa, entrou no palco às 3h10, uma hora e dez minutos depois do horário previsto. De vestido brilhante e colorido, com um arranjo verde e rosa na cabeça (homenagem à Escola de Samba Mangueira, que desfilou na segunda-feira, 11, no Rio de Janeiro), ela conversou com a plateia e apertou a mão de fãs.

Abriu o repertório com um pot-pourri de músicas de Jorge Ben Jor, acompanhada da Banda Sol, e comprovou que "o samba é a terapia popular", como dizia uma das canções que interpretou. Ao presentear o público com a música Pedra 90, de Serginho Miriti, teve a presença do artista no palco, com quem dividiu o microfone. "A música foi feita para celebrar o aniversário de 90 anos de Jamelão (intérprete de samba enredo da Mangueira) (1913/2008) e este ano a Mangueira comemora o centenário de Jamelão", disse a Marrom.

Pouco antes de subir ao palco, onde misturou músicas do Rio, do Maranhão e de Pernambuco, Alcione concedeu entrevista coletiva. Disse que estava muito feliz de cantar pela quarta vez no Carnaval do Recife e declarou-se uma apaixonada pelo frevo. "Na verdade é uma responsabilidade muito grande cantar em Pernambuco, uma terra que tem maracatu, forró, frevo e onde nasceu Luiz Gonzaga."

O show de Alcione teve uma hora de duração, igual ao de Paulinho da Viola, que começou à 1h30 e terminou às 2h30, também com uma hora de atraso. O príncipe do samba cantou 19 músicas, todas conhecidas do público. Antes de iniciar Esta Melodia, falou para a plateia da importância da música para ele.

"Quando cheguei na Portela, mais de 40 anos atrás, essa música já fazia sucesso na quadra da escola de samba. As pessoas cantavam como se fosse um hino, até hoje se levantam e cantam com muita alegria", dividiu com o público. Nos primeiros acordes de Pecado Capital, pedaços de papel picado caíram sobre a plateia.

Paulinho da Viola encerrou sua segunda participação no Carnaval do Recife cantando Foi um rio que passou em minha vida. Vestido com camisa vermelha e calça jeans, estava completando molhado de suor.

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