Atualizada às 16h39
O cirurgião torácico Artur Eugênio de Azevedo Pereira, 35 anos, foi encontrado morto a tiros, na noite da última segunda-feira (12), na BR-101, em Comporta, Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife. De acordo com as informações, o médico tinha acabado de sair de um plantão no Hospital de Câncer de Pernambuco, por volta das 19h30, e foi ao Hospital Português para avaliar uma paciente. Ao sair da unidade de saúde em seu carro, um Golf preto, por volta das 21h, desapareceu. O corpo foi achado por volta das 22h30, com quatro marcas de balas. Estava sem documentos e o carro dele também tinha sumido.
O veículo foi encontrado apenas na manhã desta terça-feira (13), ao lado do Centro de Treinamento do Náutico, na Guabiraba, Zona Norte do Recife. Estava totalmente queimado e passou por perícia.
Policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) estiveram no local do crime e iniciaram as investigações. Inicialmente, a hipótese levantada para o homicídio foi latrocínio (assalto seguido de morte), embora outras possibilidades não estejam descartadas. "Nada foi subtraído do carro. Quem colocou fogo no veículo queria, de fato, destruir possíveis vestígios", disse a perita Vanja Coelho, do Instituto de Criminalística. Segundo ela, o carro não tinha marca de balas, o que reforça a informação de que Artur foi morto na BR-101, fora do carro. O carro foi encontrado por um tratorista, or volta da 0h, ainda pegando fogo. Ao lado do carro a polícia encontrou uma embalagem com um forte cheiro de gasolina, que pode ter sido utilizada para incendiar o veículo. Esse produto foi levado ao IC para perícia.
O corpo de Artur foi achado por populares que passavam pela BR-101 e avisaram à polícia. Estava bem vestido, de sapatos, calça social e gravata. Peritos do IC encontraram quatro perfurações de pistola no corpo, sendo três nas costas e uma na cabeça. O velório ocorre na tarde desta terça, no Hospital Português.
"Estamos chocados com o ocorrido. Vou pedir à SDS que investigue o caso e solucione de forma mais clara e rápida possível", disse Silvio Rodrigues, presidente do Conselho de Medicina de Pernambuco (Cremepe). Silvio informou que Artur iria assumir, na próxima semana, a câmara técnica de cirurgia toráxica do Cremepe.
Artur era natural de Campina Grande, na Paraíba. Formou-se em medicina na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Era casado com uma médica oncologista (colega de turma dele). Tinham um filho, de 1 ano.
Além do Hospital de Câncer e Hospital Português, Artur trabalhava no Imip e no Hospital das Clínicas. "Era uma pessoa sensacional. Bastante alegre, religioso e trabalhador. Tinha paixão pela medicina e por música. Pelo que conheço dele, jamais reagiria a um assalto", disse Júlio Lima, médico ortopedista e colega de turma de Artur.