Centro do Recife

Choque tenta dispersar manifestantes no Cais José Estelita

Os policiais jogaram bombas de gás lacrimogêneo e usaram balas de borracha depois que ativistas tentaram impedir a entrada de um caminhão nos galpões

Do JC Online
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Publicado em 17/06/2014 às 12:01
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Atualizada às 13H09

Manifestantes que estavam do lado de fora dos galpões do Cais José Estelita foram alvo de balas de borrachas e bombas de gás lacrimogêneo, lançadas pelo Batalhão de Choque, após um grupo tentar impedir a entrada de um caminhão no local. Na manhã desta terça-feira (17), a polícia cumpriu um mandado de reintegração de posse do terreno, resultando em quatro detenções e pelo menos três pessoas feridas.  O consórcio informou que a movimentação de máquinas no local é para que seja construído um muro que isolará a área. A Prefeitura do Recife afirma que a licença de demolição permanece em vigor. 

Após a desocupação, ativistas  se reuniram em uma praça próximo ao Viaduto Capitão Temudo quando pedreiros passaram do outro lado da via em direção ao terreno. O grupo seguiu gritando em direção aos profissionais e, no momento, um caminhã estava entrando nos galpões. Os ativistas retornaram e começaram a jogar alguns materiais para impedir a ação. 

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Polícia retira ativistas do Cais José Estelita - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Polícia retira ativistas do Cais José Estelita - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Mulher é detida pela polícia por parar o carro no meio da rua para abraçar manifestantes - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Mulher é detida pela polícia por parar o carro no meio da rua para abraçar manifestantes - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem

Os policiais, então, começaram a jogar bombas de efeito moral e atirar balas de borracha. Por causa do gás das bombas, um dos ativistas passou mal e ficou deitado no chão. Um grupo se aglomerou para tentar ajudar. Mesmo assim, a polícia continuou jogando bombas contra os manifestantes. 

INSTITUIÇÕES SE MANIFESTAM CONTRA REINTEGRAÇÃO 

O Ministério Público Federal em Pernambuco (MPF) divulgou uma nota de repúdio ao ato de reintegração de posse no Cais José Estelita. Segundo o órgão, a ação foi realizada maneira ''arbitrária'' sem o conhecimento prévio do MPF. A nota ainda questiona a maneira pela qual o ato foi executado. Confira na íntegra

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) também emitiu uma nota repudiando a ação da Polícia Militar. Segundo a instituição o uso da força policial ''desrespeita frontalmente o acordo envolvendo diversas instituições, a Prefeitura do Recife e os empreendedores''. 

CONFIRA A NOTA DA UFPE NA ÍNTEGRA 

A Universidade Federal de Pernambuco, diante do uso da força policial contra os manifestantes do Cais José Estelita, expressa sua estranheza e indignação pelo ocorrido, que desrespeita frontalmente o acordo envolvendo diversas instituições, a Prefeitura do Recife e os empreendedores.

Desta forma, a UFPE registra sua preocupação quanto ao futuro das negociações iniciadas, que tinham como objetivo a defesa de uma cidade melhor, mais humana e mais inclusiva.

NOTA DO CONSÓRCIO

O Consórcio Novo Recife também divulgou uma nota afirmando que a ação de reintegração a ilegalidade da ocupação foi reconhecida pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) que determinou a desocupação imediata do local. Ainda segundo o consórcio, '' O não acatamento pelos ocupantes da ordem judicial resultou na determinação de uso da força policial para o cumprimento do mandato de reintegração expedido pelo TJPE''. 

CONFIRA A NOTA 

Em razão dos acontecimentos decorrentes da ação de reintegração de posse promovida pela Polícia Militar de Pernambuco visando à desocupação do imóvel de propriedade do CONSÓRCIO NOVO RECIFE, localizado na Avenida José Estelita, temos a informar:

1)  A ilegalidade da  ocupação ocorrida no dia 21 de maio foi reconhecida pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco, ao determinar a imediata desocupação do referido imóvel. O não acatamento pelos ocupantes da ordem judicial resultou na determinação de uso da força policial para o cumprimento do mandato de reintegração expedido pelo Tribunal de Justiça.

2)   Esse procedimento é inerente ao estado democrático, onde o direito de propriedade deve ser protegido.

3)   O CONSÓRCIO NOVO RECIFE, através de notas publicadas nos três jornais de maior circulação do estado, em várias edições, assim como também divulgadas nas redes sociais, apontou como melhor caminho a favor do entendimento e do diálogo, a desocupação ordeira e pacífica do terreno.

4)   O CONSÓRCIO registra também que durante todo o período de tramitação do processo de aprovação do Projeto NOVO RECIFE, sempre manteve uma postura de acatamento das recomendações nas várias instâncias técnicas – municipais, estaduais e federais.

5)   O CONSÓRCIO, que sempre esteve aberto ao diálogo, adere à “Proposta de Procedimentos”  da Prefeitura do Recife, contemplando uma agenda de trabalho voltada para a discussão do Projeto, que desde o seu início, sempreobjetivou a melhor solução para a nossa cidade.

Assim, é com a crença de que a serenidade nos levará ao encontro do entendimento que sempre buscamos, pelo Recife.

 

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