Recife

Estátuas do Circuito da Poesia começam a ser recuperadas

A escultura de Luiz Gonzaga, na Praça Visconde de Mauá, foi a primeira a ser revitalizada

Camila Moura
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Camila Moura
Publicado em 17/08/2014 às 7:00
Foto: Guga Matos/JC Imagem
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As estátuas do Circuito da Poesia, que homenageiam expoentes da cultura pernambucana e estão espalhadas pelo Centro do Recife, vão ser recuperadas pela prefeitura. A escultura de Luiz Gonzaga, uma das 12 da série criada por Demétrio Albuquerque, foi restaurada e recolocada no local de origem, a Praça Visconde de Mauá, diante da Estação Central do Recife no dia 12 de junho. A Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana da capital (Emlurb), responsável pela execução do projeto, está negociando com o arista plástico para definir valores e o prazo para revitalização das demais peças. 

A escultura de Luiz Gonzaga, encontrada deitada no chão no dia 2 de maio deste ano, teve a base, a sanfona e o nariz danificados. Tapumes foram colocados no entorno da obra de arte para evitar depredações e o processo de reconstituição começou no dia 15 do mesmo mês. Além do monumento, a ação recuperou toda a praça. Foram investidos cerca de R$ 40 mil em iluminação, pintura, área verde e recuperação do lago, além dos R$ 20 mil gastos com a escultura. “Aqui era cheio de ambulantes e a gente mal podia andar. Também tinha muito lixo e melhorou bastante”, elogia o autônomo José Reis, 60 anos. 

Agora, a população sente falta da antiga fonte. “Só está faltando isso para ficar completo”, comenta o vendedor José Paulo, 24. Segundo a Emlurb, o equipamento foi desligado por causa de atos de vandalismo e a empresa estuda uma forma de garantir a preservação para religá-lo. 

Foto: Guga Matos/JC Imagem
Estátua de Luiz Gonzaga é revitalizada - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Praça Visconde de Mauá é recuperada - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Foram investidos R$ 40 mil em iluminação, pintura e recuperação da fonte - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Praça Visconde de Mauá é recuperada - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Lago da Praça Visconde de Mauá é recuperado - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Estátua de Luiz Gonzaga é revitalizada - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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A Estação Central, em frente à praça continua com as portas fechadas - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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A Estação Central, em frente à praça continua com as portas fechadas - Foto: Guga Matos/JC Imagem
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Lago da Praça Visconde de Mauá é recuperado - Foto: Guga Matos/JC Imagem

Menos de uma semana antes de a imagem do Rei do Baião aparecer quebrada, a estátua de Ascenso Ferreira, no Cais da Alfândega, Bairro do Recife, foi depredada. Um homem, flagrado por câmeras da Secretaria de Defesa Social (SDS), jogou pedras no monumento, destruindo rosto, chapéu e mão do poeta. Durante a Fifa FanFest, realizada em junho, para a Copa do Mundo, foi colocada uma proteção em torno da peça até que os reparos sejam realizados. Na quinta-feira, a reportagem esteve no local e constatou que um dos tapumes havia sido retirado. Em nota, o órgão responsável informou que enviará uma equipe para fazer a reposição.

As próximas esculturas que vão receber a intervenção são a de Manuel Bandeira e de João Cabral de Melo Neto (ambas na Rua da Aurora), Mauro Mota (Praça do Sebo), Clarice Lispector (Praça Maciel Pinheiro), Capiba (Rua do Sol), Carlos Pena Filho (Praça da Independência), Antônio Maria (Rua do Bom Jesus), Chico Science (Rua da Moeda), Solano Trindade (Pátio de São Pedro) e Joaquim Cardozo (Ponte Maurício de Nassau). Várias peças apresentam marcas de vandalismo. A de João Cabral de Melo Neto, por exemplo, está com o rosto pichado. A do escritor Manuel Bandeira tem parte dos óculos e dos pés degradados. 

O artigo 163 do Código Penal determina que quem destrói ou inutiliza o patrimônio público está sujeito a uma pena de seis meses a três anos de detenção e multa. Por ano, são gastos aproximadamente R$ 2 milhões para recuperar monumentos. 

ESTAÇÃO 

A Praça Visconde de Mauá foi recuperada, mas o fechamento do prédio da antiga Estação Central Capiba continua sendo alvo de críticas. “Não sei porque estão demorando tanto para reabrir. É um absurdo”, reclama Maviael Ribeiro, 66, presidente da Associação dos Artistas Circenses. A Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) estabeleceu a data de inauguração do espaço cinco vezes nos últimos quatro anos. O último prazo foi março deste ano, entretanto, o centro continua com as portas fechadas.

De acordo com a Fundarpe, falta a conclusão dos serviços no elevador, previsto para o final de agosto. A data da inauguração, no entanto, depende da agenda do governador João Lyra.

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