Moradores do Coque e dos Coelhos, na área central do Recife, participam nesta sexta-feira (24) de ato pela paz na Ponte Joaquim Cardoso, a qual liga as duas comunidades com histórico de rivalidade. A ação é organizada pela Casa de Frei Francisco – braço social do Instituto Dom Hélder – e tem como objetivo estimular a convivência entre os jovens das duas localidades. O evento também pretende chamar atenção para as dificuldades financeiras enfrentadas pela ONG. Sem doações, a entidade que hoje atende 80 meninos, pode fechar as portas em 2015.
A caminhada, denominada Uma Ponte Para Paz, está em sua nona edição. “Apesar da entidade estar localizada nos Coelhos, a maior parte dos alunos do Coque. Nesse trajeto entre os bairros ocorriam vários atos de violência que culminaram com um adolescente sendo jogado no rio. Então, decidimos cria uma ação para propagar a cultura da paz”, conta a coordenadora da Casa de Frei Francisco, Adriana Moreira.
A ação começou em 2005 e vem mudando a realidade da região. O morador dos Coelhos Danilo Lins, 17 anos, está no projeto há sete anos. Hoje, como estagiário da entidade, ele observar a mudança. “Antes não podíamos sequer atravessar a ponte. Quem era de uma comunidade não podia ir para outra. Agora essa situação não ocorre mais.”
O evento conta com a participação de dez escolas e cerca de 20 entidades da região, entre elas o Pró-Criança, Casa Menina Mulher e Legião da Boa Vontade (LBV). A partir das 8h, os integrantes dos projetos sociais saem das entidades em direção à Ponte Joaquim Cardoso. No local, os grupos se encontram e comemoram a ação com músicas tocadas pelo cantor Almir Rouche.
A ENTIDADE - A ONG criada em 2000 oferece reforço escolar aos jovens de 12 a 16 anos. Na entidade, os alunos têm aula de informática, leitura e orientação profissional. “A Casa de Frei Francisco trouxe novas oportunidades para meu neto e outros jovens. Muitos já quando saem de lá com um emprego certo”, comenta a avó de Danilo, Lúcia Barbosa. A entidade, no entanto, pode parar as atividades no próximo ano.
Até 2013, 120 estudantes eram atendidos pela instituição, entretanto devido à falta de verba esse número foi reduzido. “O projeto era mantido por uma empresa, mas tivemos essa renda cortada e agora a ONG sobrevive com algumas poucas doações particulares. Não sei se teremos como funcionar no próximo ano”, enfatiza Adriana Moreira. Os interessados em colaborar e conhecer o projeto, podem entrar em contato pelo 3231.6215. Doações podem ser realizadas através de depósito na conta 29242-7, agência 3505x do Banco do Brasil.