A Polícia Militar da Paraíba localizou, no início da tarde desta segunda-feira, o veículo da enfermeira Caroline Teles Figueira, 31 anos, que foi sequestrada, espancada e estuprada, após ser abordada por dois homens em João Pessoa (PB). O carro da vítima, um Grand Siena, foi encontrado carbonizado numa área rural do município paraibano de Pedras de Fogo, numa localidade conhecida como Sítio Alagadiço. Moradores do local informaram à polícia que o veículo foi incendiado na madrugada do último domingo.
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O carro foi localizado a cerca de 40 km do município de Goiana, na Zona da Mata de Pernambuco, onde Caroline e a sua amiga, Glória Silva, 42, foram abandonadas e encontradas despidas e com múltiplas fraturas. Os bandidos ainda passaram com o carro em cima das vítimas. Glória não resistiu e morreu no local. A polícia encontrou o filho de Caroline, um bebê de 9 meses, que estava amarrado e com muitas marcas de picadas de inseto. Ele foi hospitalizado, mas recebeu alta médica e está em casa, com a família.
De acordo com o tenente Aquino, da Polícia Militar em Pedras de Fogo, o carro foi achado em um canavial, após a polícia receber denúncias anônimas. “Os moradores contaram que ouviram explosões na madrugada do sábado para o domingo e depois viram o veículo em chamas”, disse o policial. Como o carro ficou totalmente destruído, a confirmação só foi possível com a identificação do número do chassi. Ontem peritos estiveram no local e vistoriaram o carro, que foi levado para uma delegacia em João Pessoa.
O delegado de Homicídios da cidade de Goiana, Herbert Martins, que está à frente das investigações em Pernambuco, confirmou que o carro pertencia à vítima. Ele afirmou que a polícia já tem características dos dois homens que sequestraram, roubaram e estupraram as duas mulheres. “Com base no depoimento da sobrevivente, podemos dizer que os acusados têm entre 25 e 40 anos e são morenos”, declarou. Ele disse que, diante da brutalidade do crime, nenhuma hipótese está descartada. “Pode ter sido um latrocínio, mas também ao longo da investigação podemos descobrir outras motivações. Neste momento, é prematuro eliminar possibilidades”, explicou. Segundo o delegado, a polícia já trabalha com uma linha de investigação, que, no entanto, ainda não pode ser divulgada.
A apuração do caso está sendo feita em parceria com Polícia Civil da Paraíba. O delegado Walter Brandão, responsável pelo inquérito em João Pessoa, já interrogou cinco parentes das vítimas, incluindo os maridos das duas mulheres. No final da manhã de ontem, o esposo de Glória Silva esteve no Instituto de Medicina Legal, no Recife, para fazer o reconhecimento do corpo da mulher. Ele não se identificou nem quis falar com a imprensa. Glória será enterrada na cidade de Campo Formoso, na Bahia, onde moram familiares da vítima.
Ontem à tarde, Caroline Teles Figueira foi transferida para o Hospital Memorial São José. Ela estava internada na emergência do Hospital Miguel Arraes, em Paulista, no Grande Recife. De acordo com os médicos, a enfermeira apresentou múltiplas fraturas na clavícula e na costela, além de uma lesão esplênica (baço).
Em depoimento prestado à polícia, ela contou que tinha ido participar de uma festa na creche do filho e deu carona à amiga. Quando as duas conversavam em frente à casa de Glória, foram abordadas por dois homens numa moto. Caroline foi obrigada a dirigir por cerca de 60 quilômetros até um canavial na cidade de Goiana, onde houve o estupro. Os corpos das duas mulheres foram encontrados por trabalhadores rurais na manhã do último domingo.
