Fechada há quase oito anos para reforma, a Basílica da Penha, no Centro do Recife, reabriu para o público na tarde deste domingo (5). As atividades religiosas foram retomadas com a consagração do altar-mor pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido. O ritual, só realizado na inauguração, no fim do século 19, foi necessário porque a igreja ficou sem eventos religiosos durante muito tempo. Uma multidão compareceu à cerimônia.
“A consagração é muito bonita. Vamos ungir o altar, que será usado pela primeira vez para celebração eucarística. É algo muito comovente porque o altar é a pedra onde nós rememoramos o sacrifício de Jesus na cruz”, explicou dom Fernando Saburido. O arcebispo não escondeu a satisfação com a reabertura do templo. “Significa muito para todos. Basta ver a expressão de alegria do povo e a igreja lotada.”
Após pedir a bênção divina, o arcebispo começou o ritual com a aspersão de água benta sobre o altar. Em seguida - em meio à missa -, dom Fernando ungiu o altar com o óleo do Santo Crisma, espalhando com as mãos. A terceira etapa foi a queima de incenso. Finalmente, o altar foi coberto com uma toalha e iluminado por velas. Estava consagrado, mais uma vez, a Jesus. "Que a luz de Cristo cubra esse altar”, clamou o arcebispo, antes de acender as velas.
Os fiéis, que esperaram quase oito anos para voltar a frequentar a igreja, estavam emocionados. “Em todo esse tempo nunca deixei de vir assistir à missa da terça-feira no convento e a Bênção de São Félix, na sexta”, garantiu a aposentada Inês Gama. “Esperei ansiosamente para ver a igreja reaberta.”
A basílica estava lotada. Na primeira fila estavam o governador Paulo Câmara e o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, acompanhados das esposas, a viúva do ex-governador Eduardo Campos, Renata Campos com os filhos, e a ministra do Tribunal de Contas da União, Ana Arraes, mãe do ex-governador.
O público mostrou-se encantado com a beleza da nave central da basílica e dos lustres. “Não vi muita diferença de como era antes, por isso acho que a restauração foi perfeita”, disse a dona de casa Celi Araújo, 51 anos, que frequenta a igreja desde adolescente. Com ajuda do poder público, empresas e da comunidade, os capuchinhos recuperaram a coberta, a rede elétrica e os estuques da nave (peças decorativas) que desabaram, entre outras coisas.
