Atualizada às 14h00
Um veículo em alta velocidade atingiu um táxi na madrugada deste sábado (18), na Estrada do Arraial, próximo ao Hospital Agamenon Magalhães, ocasionando a morte do taxista José Severino da Silva (46). No carro que causou a colisão - um Corolla preto - estavam o estudante de medicina Lucas Pontual Moraes (18) e Domício José do Carmos (33), que assumiu estar conduzindo o veículo. O motorista ficou ferido e foi levado para o Hospital da Restauração, mas já recebeu alta.
De acordo com a polícia, o carro 'furou' o bloqueio da Lei Seca, na Rua da Hora, no Espinheiro, e passou a uma velocidade média de 180 Km por hora, atingindo em cheio o carro do taxista, que capotou no local. A carteira de habilitação do condutor estava vencida desde 2013. Esse teria sido o motivo pelo qual ele não parou no bloqueio. A família do estudante, no entanto, nega a afirmação. De acordo com os parentes de Lucas, Domício José tinha renovado a habilitação há pouco tempo e costumava andar com os dois documentos enquanto dirigia. Ainda segundo a família, no momento da abordagem a polícia acabou levando o documento mais antigo.
O condutor do Corolla foi submetido ao teste do etilômetro e não foi constatado que ele estava alcoolizado. O motorista teria sido contratado pela família do estudante para acompanhá-lo em festas e saídas de bares. Já o estudanted e medicina, que também passou pelo teste de etilometria, estava com 0,79 miligramas de alcool.
Segundo Silvana Alencar, mãe do estudante, o filho voltava de uma festa na Zona Sul do Recife quando aconteceu o acidente. "Lucas está muito abalado porque soube que o taxista faleceu. Ele nunca tinha passado por um acidente de trânsito até então", afirmou Silvana. Ainda de acordo com a mãe, a família contratava o motorista há pelo menos seis meses para conduzir o rapaz.
O caso está sendo investigado pela Central de Flagrantes, em Santo Amaro. O delegado Humberto Ramos ouviu, além de Lucas Pontual, cerca de cinco testemunhas. Todas elas afirmaram, segundo a autoridade policial, não terem visto o estudante na condução do veículo.
Domício José do Carmo, que já foi levado até a delegacia, depois que recebeu alta do HR, e está sendo ouvido.
A esposa do taxista morto Ana Patrícia da Silva (29), informou que o marido - que trabalhava com táxi há pouco mais de 20 anos - estava indo para o Hospital Agamenon Magalhães visitar a mãe, internada naquela unidade de saúde. Ela foi informada do acidente através de um telefonema de um amigo da vítima.
"Ele trabalhava à noite e, hoje de madrugada, resolveu ir para o hospital esperar o horário de visita começar para ver a mãe. Ele era muito regular no trânsito, trabalhava há mais de 20 anos como motorista de táxi. Quando recebi a ligação, não acreditei ", comentou Ana Patrícia, casada com o taxista há 15 anos.
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