Surto

Depoimento de mãe de filho com microcefalia é uma aula de amor

Texto postado por empresária no facebook já teve mais de cinco mil compartilhamentos

Ciara Carvalho
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Ciara Carvalho
Publicado em 26/11/2015 às 7:49
Arquivo pessoal
Texto postado por empresária no facebook já teve mais de cinco mil compartilhamentos - FOTO: Arquivo pessoal
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No último dia 14, a empresária e administradora de empresas Ana Galvão Janiszewski, 37 anos, deixou sua timidez de lado e postou no facebook um texto que soou para muitas mães como um bálsamo. Uma espécie de luz, um porto (mais) seguro em meio a uma forte tempestade. Suas palavras já ganharam mais de 5 mil compartilhamentos. Ela recebeu mensagens e ligações de mães e pais de perto e de longe. Gente que sequer conhecia. E, apesar de surpresa, ficou feliz com o alcance da sua fala.

Ana Galvão é mãe de Kalel, um menino de seis anos que tem microcefalia. Ela descobriu a condição do filho, só após o seu nascimento e quando o diagnóstico da anomalia era uma raridade. “Nunca havia ouvido falar disso”, lembra. Percorreu todos os médicos, fez todos os exames, enfrentou todos os medos que hoje assombram centenas de famílias tragadas pelo surto que assola Pernambuco.

De tudo o que viu e viveu, só buscava resposta para uma pergunta: “O que eu precisava fazer para o meu filho ser feliz?”

O tempo lhe ensinou o caminho. Mostrou que a comunicação vai além das palavras. Kalel não fala. Mas sorri e seu sorriso abre um mundo de possibilidades.

“Aprendemos a nossa linguagem. Sei quando ele está com fome, com sede, com raiva. O sorriso é uma comunicação universal. Diz muito e ensina muito sobre o amor.”

É essencialmente sobre o amor que o texto de Ana fala. O incondicional. O que não vê impedimentos. Nem limites. “Apenas ame seu filho”, ela escreve.

Kalel não frequenta a escola. Seus estudos são as sessões de terapia ocupacional e fisioterapia que realiza rotineiramente. “Agora ele está de férias”, brinca Ana. O que a empresária queria, quando venceu a timidez e dividiu na internet sua história, era contar para as outras mães sua grande descoberta. Poder dizer, sem drama, como ela mesmo fala, que sim. “É possível ser feliz”.

 

Leia o depoimento de Ana Galvão postado no facebook

Diante desse “surto” de microcefalia, eu, como mãe de uma criança com a “doença” gostaria de me pronunciar sobre isso. Não sobre a causa, mas sobre as consequências.

Minha vontade é pegar na mão de cada mãe que está grávida ou que já está com seu filhinho nos braços que possui microcefalia, olhar nos seus olhos e dizer:

“Olha, o Pai Celestial te deu a oportunidade de saber o verdadeiro sentido do amor incondicional, amor puro.

Não se desespere, não há motivos para tristeza, angústia e questionamentos. Ame seu filho.

Pare de procurar culpados e motivos. Não perca seu tempo buscando a cura física, aceite, pois ele é espiritualmente perfeito! Apenas ame seu filho.

Fisioterapia, fono, terapia ocupacional, neuro, são necessárias e vai fazer parte de seu dia a dia, mas “sem neuras”, por favor.

Viva cada momento, aprecie cada conquista: ame seu filho.

Encare como uma característica particular, peculiar, um “jeitinho” especial de ser. 

Ame seu filho.

Sim, é provável que ele não ande, não fale, não frequente a escola e não seja convidado para as festinhas infantis... E daí? Você vai bastar no mundinho dele. Você vai amar tanto essa criaturinha que sequer vai dizer que te ama... não com palavras... Na verdade, você vai sentir esse amor em cada olhar, em cada sorriso. E aí você vai descobrir que o anjo que mora na sua casa você o chama de filho.”

Eu sou tão feliz pelos filhos que tenho, cada um especial... a sua maneira.

 

 

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