Sistema prisional

Complexo Prisional do Curado: Explosão, tentativa de fuga e casas avariadas

Presos não conseguiram fugir, mas pelo menos 15 casas foram atingidas pelo impacto das bombas

Da editoria de Cidades
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Publicado em 30/05/2016 às 7:00
Diego Nigro/JC Imagem
FOTO: Diego Nigro/JC Imagem
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Dois meses após a última tentativa de fuga no Presídio Marcelo Francisco de Araújo (Pamfa), no Complexo do Curado, na Zona Oeste do Recife, o presídio foi alvo de nova explosão na noite de ontem. Por volta das 18h30, dois homens colocaram bombas do lado de fora do muro, mas a explosão não foi suficiente para comprometer a estrutura e permitir a fuga de presos. O impacto foi sentido em cerca de 15 casas da vizinhança, que tiveram portas e janelas de vidro quebradas e tetos de gesso rachados. Após a explosão, os imóveis ficaram sem energia elétrica.

Essa foi a terceira investida de fuga com uso de explosivos este ano. As outras duas aconteceram em janeiro e março. Revoltados com a insegurança e os danos aos imóveis, moradores da área fizeram um protesto. Eles bloquearam a Avenida Liberdade, principal da região, queimando pneus, caixas e pedaços de madeira. O Batalhão de Choque da Polícia Militar foi chamado para conter o fogo, mas foi recebido com levante dos moradores, que começaram a gritar “polícia é pra ladrão, a gente é cidadão”.

“Morador há 50 anos e líder comunitário do bairro do Sancho, Paulo Giroldo, disse que a nova tentativa de fuga acontece às vésperas de uma nova reunião do governo de Pernambuco com a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) para discutir a crise no sistema prisional do Estado. “A audiência está prevista para o próximo dia 8 e mais essa tentativa de fuga e os prejuízos à população devem ser discutidos. O governador Paulo Câmara quer promover a desapropriação das casas, mas nós somos contra porque estão oferecendo pouco dinheiro e a gente não vai conseguir se instalar em outro lugar”, afirma.

Geraldo Barreto Rodrigues estava assistindo TV com a esposa, na sala de casa, quando aconteceu a explosão que derrubou o gesso dos quartos, do banheiro e da cozinha. “Foi sorte estarmos na sala. Só nossa filha que estava na cozinha e ainda sofreu um corte nas costas. Tive um prejuízo de pelo menos R$ 5 mil. Além de destruir o teto da casa, a explosão queimou meus eletrodomésticos”, lamenta. Mesmo com o restante do teto prestes a desabar, Geraldo disse que vai continuar na casa com a família, porque não tem para onde ir nem dispõe de recursos para pagar alugar em outro local. A família é moradora do Curado há 38 anos.

Famílias atingidas pela explosão querem que as residências sejam periciadas para serem indenizadas. Testemunhas contam que uma idosa passou mal e precisou ser socorrida por causa do susto com a explosão. Os moradores prejudicados pela tentativa de fuga anterior, no dia 5 de março, não foram ressarcidos pelas perdas até agora. Na explosão anterior, o plano de fuga em massa também foi frustrado.

Por meio de nota, a Secretaria-Executiva de Ressocialização de Pernambuco informou que "durante a explosão o agente penitenciário Isaac José da Silva ficou ferido e foi atendido no Hospital dos Servidores de onde já recebeu alta. A Polícia Civil foi acionada para apurar as circunstancias em que o fato ocorreu. Estão na unidade a Polícia Militar, além da Superintendência de Segurança Prisional, Gerência de Inteligência e Grupo de Operações e Segurança, ambos da Seres".  

Diego Nigro/JC Imagem
Moradores da vizinhança do Complexo Prisional do Curado fizeram protestos e queimaram pneus - Diego Nigro/JC Imagem
Tato Rocha/JC Imagem
Impacto da explosão do muro do presídio se transformou em prejuízo para os moradores - Tato Rocha/JC Imagem
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Impacto da explosão do muro do presídio se transformou em prejuízo para os moradores - Diego Nigro/JC Imagem
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Moradores da vizinhança do Complexo Prisional do Curado fizeram protestos e queimaram pneus - Diego Nigro/JC Imagem
Adriana Guarda/JC
Impacto da explosão do muro do presídio se transformou em prejuízo para os moradores - Adriana Guarda/JC
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Moradores da vizinhança do Complexo Prisional do Curado fizeram protestos e queimaram pneus - Adriana Guarda/JC
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Impacto da explosão do muro do presídio se transformou em prejuízo para os moradores - Adriana Guarda/JC
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Batalhão de Choque da PM foi chamado para apagar o fogo e foi recebido com revolta pelos moradores - Adriana Guarda/JC
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Moradores da vizinhança do Complexo Prisional do Curado fizeram protestos e queimaram pneus - Diego Nigro/JC Imagem
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Moradores da vizinhança do Complexo Prisional do Curado fizeram protestos e queimaram pneus - Diego Nigro/JC Imagem
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Impacto da explosão do muro do presídio se transformou em prejuízo para os moradores - Diego Nigro/JC Imagem

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