O Maquinista que dirigia o trem no atropelamento dos quatro policiais militares na noite da última terça-feira (15) está afastado de suas funções. Segundo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), o funcionário está ainda bastante consternado com todo o ocorrido. Dois inquéritos estão investigando o caso.
Com o afastamento por tempo indeterminado, o homem de nome e idade não reveladas está sendo acompanhado por uma equipe de psicólogos da CBTU e deve ser reavaliado na próxima semana para decidir quando retornará ao trabalho.
Ele estava pilotando o veículo que, segundo relatos de testemunhas, estaria com a luz apagada no momento do acidente. Desde o dia do acidente o homem está traumatizado por tudo que aconteceu e por conta disso está fora de suas funções na CBTU, até nova avaliação.
O maquinista será a última testemunha a ser ouvida no inquérito que investiga a tragédia. A investigação será concluída em até 30 dias e deve apontar a culpabilidade do atropelamento dos quatro policiais. O Instituto de Criminalística (IC) fará a reconstituição do acidente nesta quinta-feira (17).
O CASO
O que era para ser uma ocorrência para evitar mais crime no Recife acabou se transformando em tragédia para a Polícia Militar de Pernambuco na noite dessa terça-feira (15). Durante incursão do 16º Batalhão nos trilhos do metrô próximo à Estação Joana Bezerra, na altura da comunidade do Papelão, na área central da cidade, quatro policiais que participavam da operação foram atingidos por um dos trens que passava no local. O Sargento Éneas Severino Silva morreu no local do acidente e o Cabo Adeildo José Alves, 40, deu entrada morto no hospital.
De acordo com informações passadas pelo boletim médico do Hospital da Restauração, o PM Clécio, que sofreu traumatismo craniano encefálico, continua internado no HR e foi submetido a uma neurocirurgia. Ele permanece na sala de recuperação e seu estado de saúde é considerável estável. Já o PM Luciano fraturou o braço esquerdo e sofreu uma contusão no abdome. Ele foi transferido para o Hospital da Polícia Militar e também está estável.
A equipe estava nos trilhos do trem para iniciar uma operação para combater um homicídio. De acordo com Alberisson Carlos, presidente da Associação de Cabos e Soldados (ACS), o efetivo do Gati do 16º BPM foi solicitado após a denúncia de que cinco suspeitos estavam prestes a executar um rapaz da quadrilha rival próximo à linha do trem.
Segundo o 16º BPM, durante a incursão, houve troca de tiros entre bandidos e PMs. Porém, os disparos não teriam sido a causa da morte de policial algum. Após o tiroteio, os agentes teriam sido surpreendidos por um dos trens que passava no local e que acabou atingindo em cheio todo o efetivo.