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Os desafios de quem atua profissionalmente como vigilante

Atuando em espaços públicos e em empresas privadas, vigilantes enfrentam desafios no dia a dia para desempenhar seus papeis

JC Online
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Publicado em 26/11/2018 às 7:05
Luiz Pessoa/JC360
Para se candidatar a vaga, é preciso ter formação de vigilante e reciclagem em dia - FOTO: Luiz Pessoa/JC360
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No Brasil, as empresas de segurança privada empregam aproximadamente 600 mil vigilantes, segundo dados da Polícia Federal, que cuida da regulamentação do setor. Cada vez mais presentes no dia a dia da população, o profissional, que pode cuidar da segurança de instituições públicas e privadas, não raras as vezes cria vínculos com a comunidade onde atua, sendo um agente que amplia a sensação de segurança daqueles que estão na sua área de cobertura.

Márcia Dantas faz parte dessa categoria. Há mais de 25 anos no ramo, ela, que já está prestes a se aposentar, atualmente cuida da segurança do setor de arquivo da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase). Para a vigilante, o contato constante com o público é um dos aspectos do trabalho que mais lhe agradam. “Tenho muito cuidado com as pessoas ao falar, para que não me interpretem de forma diferente. Quando alguém está entrando no meu setor de trabalho, é como se eu estivesse entrando. Se eu gosto de ser bem atendida, é claro que eu vou atender as pessoas muito bem”, explica Márcia, que há mais de dois anos é funcionária da BBC Vigilância.

Mas, apesar de todo o cuidado na forma de tratamento com as pessoas, nem sempre essa relação ocorre da melhor forma. Ao longo da carreira, a vigilante atuou em diversos locais. O Terminal de Integração de Joana Bezerra, no Centro do Recife, foi um deles. Lá foi um dos espaços onde precisou enfrentar algumas reações de desaprovação por parte dos passageiros. “Rotineiramente a gente precisava impedir a ação de ambulantes e muitas pessoas não entendiam que essa era a nossa função, achavam que estávamos agindo de má-fé”, observa.

Uma das saídas que Márcia encontrou para evitar essas abordagens foi apontar alternativas para os ambulantes. “Como o comércio é ilegal nos vagões, mas em ônibus é permitido, no dia a dia a gente acabava conhecendo os vendedores ambulantes que trabalhavam naquela área e, na conversa, a gente conseguia evitar que eles entrassem na área do metrô, mas seguissem nos ônibus, já que lá estávamos em um terminal integrado em que ele tinha acesso aos dois tipos de transporte”, comenta. “Era a minha função impedir o comércio, e, entendendo também a necessidade deles, foi a forma que encontrei de agir de um jeito positivo para todo mundo.”

Bruno Henrique da Silva, há 13 anos trabalhando na BBC Vigilância, também já passou por situações de entrave com o público. Para ele, a calma ainda é o antídoto para controlar as situações dessa natureza. “A gente sempre tem que tentar manter a calma, tentar o diálogo, para conter a situação”, explica ele, que ainda diz que a população precisa confiar em que trabalha com vigilância. “Nós estamos sempre aprimorando nosso trabalho, sempre passando por cursos de reciclagem. Nossa atividade é manter o ambiente sob controle e fazer valer a lei”, finaliza.

A importância do vigilante

“O vigilante é um facilitador da sociedade em si. Ele está ali contribuindo para a defesa do patrimônio do estado, que é um patrimônio público; e tentando viabilizar, da melhor forma, a organização. Digo isso de uma forma geral. Ele cuida da circulação das pessoas, da movimentação dessas pessoas, e do bem-estar da população”, comenta Rafael Santos, diretor comercial da BBC. Para ele, que é um dos fundadores da empresa, a presença de um vigilante bem treinado e com um bom aparato de segurança, sem dúvida, leva tranquilidade para o ambiente.

Marcelo Raposo, diretor de operações da empresa, que emprega 3.500 profissionais, concorda com Rafael. “O vigilante, mesmo quando desempenha seu papel dentro de empresas, não cuida apenas do patrimônio dessas organizações. Ele cuida das pessoas. E hoje a gente tem consciência de que empresas que contam com o apoio de vigilantes contam com menos ações delituosas de bandidos”, explica.

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