EDUCAÇÃO

Adufepe vai defender greve na UFPE no dia 13 de agosto

A proposta é de paralisação nacional, em todas as universidades federais, devido ao contingenciamento das verbas. Programa Future-se também entra na pauta

Da editoria de Cidades
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Publicado em 19/07/2019 às 10:32
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A proposta é de paralisação nacional, em todas as universidades federais, devido ao contingenciamento das verbas. Programa Future-se também entra na pauta - FOTO: Foto: Arquivo/JC Imagem
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Atualizada às 15h05

As atividades na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) podem parar no dia 13 de agosto, quando está prevista uma greve nacional de trabalhadores da educação, motivada pelo contingenciamento de verbas para as instituições públicas. A adesão será defendida pela Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe) em assembleia geral marcada para o dia 7 de agosto. Na última quinta-feira (18), a associação se reuniu para discutir o programa de reestruturação do financiamento do ensino superior público, Future-se, anunciado no dia anterior (17) pelo Ministério da Educação (MEC). Um novo encontro para tratar do tema está marcado para o próximo dia 30.

A reunião na Adufepe contou com a presença do reitor da UFPE, Anísio Brasileiro, da pro-reitora de Gestão Administrativa (Progest), Niedja Paula, e de docentes de diversos departamentos dos câmpus Recife e Caruaru e debateu sobre as possibilidades de atuação da categoria em defesa da universidade pública.

Foram apresentadas e discutidas as propostas do MEC para o Future-se. Na avaliação de Edeson Siqueira, presidente da Adufepe, a proposta tenta colocar as universidades no contexto da política universitária internacional. “No entanto, nossa cultura é bastante diferente. Isso vai exigir muito debate e estudo”, afirma o gestor.

“Nós pretendemos fazer essas discussões local e nacionalmente, através da nossa associação, do Observatório do Conhecimento e do Congresso Nacional. Defendemos uma posição que vá no sentido de termos uma proposta que de fato implique na valorização das nossas universidades, mantendo o seu caráter público e a gratuidade, sendo acessível para todos e todas”, completa Edeson.

Sobre o programa, Anísio Brasileiro defendeu que trabalhar com a iniciativa privada pode ser positivo na perspectiva de fortalecer as instituições públicas, mas isso não exime a obrigação do governo federal de repassar as verbas. “O foco continua sendo na universidade como bem público, patrimônio da sociedade. A parceria com a iniciativa privada é bem-vinda, mas isso não significa que o Estado deva recuar os investimentos”, argumentou o reitor. Segundo ele, as verbas continuam bloqueadas e a UFPE precisou suspender editais para equilibrar as contas.

PREOCUPAÇÃO

As incertezas que rondam o projeto inflamaram o cenário de insatisfação, protagonizado pelos cortes de recursos de 30% para as instituições federais. Preocupadas com a possibilidade de as universidades não terem verbas para funcionar no segundo semestre, entidades dos professores e trabalhadores da educação e organizações estudantis, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), Andes e União Nacional dos Estudantes (UNE), estão convocando mobilização nacional para 13 de agosto.

Este ano, alegando a necessidade de equilibrar as contas públicas, o MEC bloqueou, em média, 29,74% do orçamento discricionário das universidades federais. Esses recursos são usados principalmente para o pagamento de energia.

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