A procura da mãe pelo menino Carlinhos Attias, levado do Recife para a Argentina pelo pai, em dezembro de 2015, aos 8 anos, parece estar chegando ao fim. A fisioterapeuta Cláudia Boudoux informou, nesta quarta-feira (15), que o pai de seu filho, o comerciante argentino Carlos Attias, foi preso em Buenos Aires.
"Foram presos ele (Carlos Attias), a mulher que estava tomando conta de Carlinhos e um sobrinho dela. Carlinhos não apareceu ainda, segue desaparecido. Fiquei feliz com a prisão, acredito que, desta forma, ele vai aparecer", relatou Cláudia.
De acordo com o advogado da mãe da criança, Pedro Henrique Reynaldo, Attias foi alvo de um mandado de prisão preventiva por "obstacular ação da justiça e ocultar o filho da obrigação de devolução para a mãe, cumprindo a extradição que foi combinada com a justiça".
"O acordo foi feito em fevereiro do ano passado para que a criança fosse devolvida. Ele descumpriu o acordo e deu uma falsa notícia à polícia de que o menino tinha fugido de casa sozinho. As investigações mostraram que ele estava remunerando terceiros para ocultar a criança. O menino ficou um ano sem estudar, mantido em cárcere privado", acrescentou o advogado.
A reportagem do JC tenta contato com os órgãos competentes para obter detalhes da ocorrência. A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, que acompanha o caso, recebeu a informação da prisão pela mãe do garoto.
Entenda o caso
Cláudia Boudoux procurou o Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil no dia 9 de fevereiro para denunciar o desaparecimento do filho, então com oito anos. No dia seguinte, 10 de fevereiro, a fisioterapeuta se dirigiu à Polícia Federal (PF) para formalizar a denúncia, temendo que ele deixasse o País com o garoto.
De acordo com Cláudia, na noite de Natal, um oficial de Justiça foi até sua casa com um mandado para que os dois filhos do casal, uma menina de dez anos e Carlinhos, fossem para a casa do pai. Ela entrou em contato com seu advogado e foi orientada a não entregar as crianças. No dia seguinte, entretanto, os irmãos foram para a casa do pai. Eles deveriam voltar em dois dias, o que não aconteceu. Cláudia então procurou a Justiça e conseguiu uma ordem de busca e apreensão.
Com um oficial de Justiça ela foi até os endereços do ex-marido, mas não o encontrou em casa nem na sua empresa. No dia 30 de dezembro, o pai conseguiu novamente na Justiça o direito de passar o reveillón com os filhos, devendo devolvê-los à mãe no dia 2 de janeiro, mas não cumpriu com o combinado. Nesta data, o empresário deixou apenas a filha mais velha do casal com a mãe.